São Paulo, domingo, 17 de agosto de 2008 |
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Humilde aprendiz
Marisa Monte produz "O Mistério do Samba", filme sobre a Velha Guarda da Portela a ser lançado no dia 29, e tenta preservar a memória dos sambistas
LUIZ FERNANDO VIANNA DA SUCURSAL DO RIO A relação de Marisa Monte com a Velha Guarda da Portela podia se resumir a uma fatalidade hereditária -ela é filha do ex-diretor da escola de samba Carlos Monte, portelense histórico. Mas foi bem além quando a cantora produziu, em 1999, o CD "Tudo Azul" e revelou jóias antigas mas desconhecidas, como Paulinho da Viola fizera em 1970 no álbum "Portela - Passado de Glória". Três anos depois, ela lançou por seu selo os primeiros discos solo de Argemiro Patrocínio e Jair do Cavaquinho, que morreram pouco tempo depois -o primeiro no ano seguinte, aos 79; o segundo em 2006, aos 85. O novo e largo passo dessa relação se chama "O Mistério do Samba", filme que é fruto de dez anos de pesquisas e gravações intermitentes feitas pelos diretores Carolina Jabor e Lula Buarque de Hollanda com Marisa no papel de produtora, entrevistadora e fio condutor. Não se trata de uma história da Portela ou de sua Velha Guarda, mas de um passeio por temas, sentimentos, lugares e, é claro, pessoas -do mestre Paulo da Portela (1901-1949) ao afilhado Zeca Pagodinho, passando por Monarco, Casquinha, Surica, Doca e outros veteranos- que compõem um quadro de sabedoria sem ensino formal, de riqueza sem acumulação de capital. "Sou humilde aprendiz", exalta Marisa. "O que me leva a buscar esses sambas é que eu sei que a minha vida vai ser melhor com eles." Texto Anterior: Mônica Bergamo Próximo Texto: "A sofisticação da Velha Guarda vem da pureza" Índice |
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