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Dorival Caymmi
Morre no Rio, aos 94 anos,
o compositor baiano
que criou clássicos da música brasileira, como "O que É que a Baiana Tem?" e "Vatapá"; doente de câncer desde 1999, teve ontem insuficiência renal e falência múltipla dos órgãos
MORREU ONTEM, sábado em Copacabana, às 5h58, um dos
mais importantes e singulares artistas brasileiros: Dorival
Caymmi. Ele tinha 94 anos e se tratava desde 1999 de um câncer nos rins. Dormia em sua casa, na zona sul do Rio, quando
sofreu insuficiência renal e falência múltipla dos órgãos. A família preparou sua
canção de partida. Não o internava desde o primeiro semestre de 2007 e, para
que ele pudesse morrer docemente, promoveu uma mudança neste ano: de um
apartamento sem vista para o mar, também em Copacabana, para um com vista.
Caymmi viveu sete décadas no Rio. Acontece que ele era baiano. Passar os primeiros 24 anos de vida em Salvador foi suficiente para impregnar seus olhos, ouvidos e sentimentos para sempre. Criou sambas de sua terra que deixaram o Brasil -e parte do mundo- com saudade da Bahia do início do século 20.
"Vatapá", "Preta do Acarajé", "365 Igrejas" e "Você Já Foi à Bahia?" são alguns
desses sambas, mas o que mais fez sucesso foi "O que É que a Baiana Tem?".
Caymmi o ensinou a Carmen Miranda em 1939, dando como bônus as dicas sobre trejeitos e balangandãs que consagrariam a cantora em Hollywood.
Ele ainda compôs as mais belas músicas já feitas sobre o mar, criou marcantes
sambas-canções como "Marina" e "Só Louco", influenciou a bossa nova e a geração de Chico Buarque e Caetano Veloso, tudo isso com uma voz e um violão impossíveis de serem copiados e sem nenhuma pressa -fez cerca de cem canções.
O corpo de Caymmi começou a ser velado ontem à tarde, na Câmara dos Vereadores do Rio, e será sepultado hoje às 16h no cemitério São João Batista.
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