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Crítica
"A Casa do Lago" mira a delicadeza das relações
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Não é estranho que o argentino Alejandro Agresti tenha sido contratado para dirigir "A Casa do Lago" (HBO, 21h), já que se trata de um filme na tradição fantástica, com a qual os escritores argentinos têm tanta intimidade.
É quase certo que os produtores de "A Casa do Lago" tenham pretendido reencontrar o sucesso de "Os Outros", em que duas dimensões e dois tempos se embaralham. Os produtores sempre pensam em repetir o sucesso de ontem, em vez de criar o de amanhã.
Pois bem: em "A Casa do Lago" existe, para começar, o encontro entre uma mulher solitária e um homem infeliz (ou vice-versa). O que os une é essa casa. Mas há um mistério, que é uma espécie de desarranjo de tempo, a separá-los. O mecanismo é ficcionalmente um tanto frouxo. Talvez por isso o filme não tenha sido um sucesso. No entanto, é outro o seu alvo: é a delicadeza dos encontros humanos, sua precariedade, sua vocação para o desencontro que estão na base deste sensível filme.
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