Obra descreve um lugar imaginário onde não há propriedade privada

Livro do autor inglês, que chega às bancas no dia 24/10, integra série de obras que mudaram o pensamento humano
DE SÃO PAULO

Um lugar sem propriedade privada, onde homens e mulheres recebem a mesma educação e a felicidade coletiva é a prioridade.
Assim é "Utopia" (1516), terra imaginária descrita por Thomas More no volume sete da Coleção Folha Livros que Mudaram o Mundo, que chega às bancas no próximo domingo, dia 24/10.
Reconhecido como santo pelas Igrejas Católica e Anglicana, o inglês Thomas More (1478-1535) ocupou cargos de responsabilidade no governo de seu país.
Contudo, caiu em desgraça ao se opor ao rompimento do rei inglês Henrique 8º (1491-1547) com a igreja, sendo punido com a prisão e com a morte por decapitação.
"Morro servidor fiel do rei, mas de Deus em primeiro lugar" teriam sido suas últimas palavras.
Em 1520, o gramático inglês Robert Whittinton (1480 -1553) descreveu o autor de "Sobre o Melhor Estado de uma República e sobre a Nova Ilha Utopia", ou simplesmente "Utopia", como um homem de "admirável espírito e notável erudição".
Louvando a "benignidade, modéstia e afabilidade" de More, Whittinton define-o como "um homem para qualquer tempo", já que, conforme o tempo exige, pode ser "excelente na alegria e nos recreios", ou, então, "de profunda gravidade".
Descrevendo Amaurota, a inventada capital do imaginário país da "Utopia", More redigiu sua mais célebre criação em 1516 -em latim.
A justificativa -que hoje nos parece irônica- era que escrever em inglês limitaria o número de leitores que pudessem efetivamente compreender a complexidade das ideias ali expressas.
"Utopia" integra a coleção que procura abarcar diversas áreas do conhecimento.
A ideia da coleção é levar, a cada domingo, obras (20 ao total) que mudaram a maneira de o homem pensar o mundo e a si mesmo.


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