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Galpão Cine Horto é berço de novos grupos
CHICO PELÚCIO
ESPECIAL PARA A FOLHA
O Centro Cultural Galpão Cine Horto foi criado
há dez anos, em Belo Horizonte, com o objetivo de
promover a produção e a
pesquisa teatrais, tendo
como foco principal o ator
profissional carente de espaços para desenvolvimento e aperfeiçoamento
de seu trabalho.
Sempre pensamos no
ator como parte de um coletivo. Por isso, orientamos nossos projetos no
sentido de propiciar a experiência de grupo -com
seus valores e éticas próprios. Nessa concepção,
consideramos o teatro
-segundo o parceiro e
dramaturgo Luís Alberto
de Abreu- como a arte do
encontro, e nada faria sentido se, ao final, não contabilizássemos a sinergia das
somas dos compartilhamentos.
Ao longo desses anos,
muitos projetos foram
criados e aperfeiçoados,
tais como Oficinão, Galpão Convida, Sabadão, Pé
na Rua, 3 x 4, Festival de
Cenas Curtas e oficinas de
dramaturgia e direção.
Todos eles têm por fim
abrir espaços para a experimentação e a pesquisa,
tendo como etapa final a
produção de um "teatro"
(cenas, espetáculos, intervenções, reflexões e debates) que chegue efetivamente aos olhos do espectador. O Galpão Cine Horto também busca garantir
formas de compartilhamento dessas experiências, assim como a documentação dos processos.
Além disso, temos tentado estabelecer a ponte
entre a formação e o mercado de trabalho, dando
sustentação a novos grupos, artistas e técnicos.
Influência inglesa
Se durante os primeiros
anos tivemos influências
da Escola Livre de Teatro
de Santo André e do extinto Centro de Construção e
Demolição do Espetáculo
do Rio de Janeiro, hoje temos nos inspirado no BAC
(Battersea Arts Centre) de
Londres, com quem guardamos muita semelhança.
O BAC criou e desenvolveu um sistema de fomento, provocação e apoio à
criação cênica que eles
chamam de "escada do desenvolvimento" -que, a
partir de certos procedimentos, garante o diálogo
estreito entre os artistas e
o espectador desde o início
do processo de criação.
Nesse sentido, temos
reestruturado, reinventado e mesmo inventado
ações, abrindo novas possibilidades de fomento e
desenvolvimento de propostas dos criadores.
Entre os projetos, o Festival de Cenas Curtas tem
desvendado caminhos
muito instigantes como
lugares da experimentação e do risco -e, por isso,
tem servido muito aos
grupos, aos atores e aos diretores nos seus vôos mais
ousados. Ao longo de nove
edições, contribuiu para a
consolidação de grupos e
revelou espetáculos de repercussão nacional.
Os dez anos do Galpão
Cine Horto têm nos trazido gratas surpresas, encontros, compartilhamentos e a sensação de contribuição que vai além dos
nossos espetáculos.
CHICO PELÚCIO é ator do Grupo Galpão e
diretor-geral do Galpão Cine Horto
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