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LIVRO
Colunista lança hoje, em São Paulo, "Fotossíntese", que revisa os 13 anos de colunismo diário na Folha
Joyce faz síntese do glamour sem poses
Janete Longo - 24.nov.96/Folha Imagem
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Liana de Moraes, em festa na Estação Júlio Prestes, em 96 |
EDER CHIODETTO
Editor-adjunto de Fotografia
Com muito riso, pouco siso e
188 movimentadas páginas, acontece amanhã, em São Paulo, o lançamento do livro "Fotossíntese",
da colunista da Folha Joyce Pascowitch.
Em "Fotossíntese" Joyce passa
em revista furos jornalísticos, fuxicos, intrigas palacianas e muitas
imagens, que imprimem ousadia
e irreverência à página 2 da Ilustrada desde abril de 1986, quando
ela estreou no jornal.
Editado pela DBA, com projeto
gráfico de Giovanni Bianco e texto de apresentação da escritora
Patricia Melo, o livro reproduz algumas notas que deram o que falar, selecionadas pela equipe da
colunista, mas centra o foco nas
fotografias da turma que "sai na
Joyce".
Fotografar para a Joyce não é tarefa fácil, como poderiam supor
os desavisados ao imaginar fotos
de colunas sociais. A inquietação
com que ela busca informações
exclusivas em suas fontes segue
para além da notícia publicada
em textos.
Deve obrigatoriamente estar
também na lente e na postura do
fotógrafo que, a cada noite, circula por galerias, festas e outros lugares badalados da cidade.
Foto posada, com roda de amigos e sorrisinho amarelo, argh!,
como diria Joyce, nem pensar. O
fotógrafo aqui tem de ter ousadia
de paparazzo e desenvoltura suficiente para saber dizer não aos
tantos pedidos e assédios dos que
querem aparecer.
Que seja assim, então. Não, dez
vezes não ao sorriso falso dirigido
à câmera. Sim, dez vezes sim à
gargalhada, ainda que falsa, se flagrada como surpresa.
Sim também ao gesto inesperado, ao espontâneo, à gag, à explosão da luz do flash que ilumina
vaidades, humores, belezas e, claro, alguma cafonice -se, nesse
caso, ela puder garantir diversão.
O que Joyce deseja é o instante
que antecede ou sucede a pose.
Aquele fragmento de segundo em
que o fotografado, surpreendido,
não tem tempo de se apresentar
vestindo sua persona de mídia.
A foto deve revelar o que a pessoa é (ou pensa ser) no lugar do
que ele gostaria de parecer. Para
tanto, o fotógrafo há de se tornar
ausência no meio do turbilhão
das galerias.
Não é um retrato de Dorian
Gray, não é uma cirurgia plástica,
tampouco o espelho d'água de
Narciso, embora os narcisistas de
plantão adorem sair, nem que seja de costas, com rugas a mostra,
cochichando, fazendo careta, exibindo um modelo excessivo.
Afinal, é sempre divertido, ninguém se machuca e há ainda uma
aura de poder e glamour que todos, indefinidamente, adoram.
Foto síntese é isso.
Para chegar a essa irreverente
linguagem fotográfica, que se tornou referência e diferencial do colunismo realizado no país, Joyce
contou com a colaboração de fotógrafos como Claudio Freitas,
Paulo Giandalia, Marlene Bergamo, Otávio Dias de Oliveira e Janete Longo, entre outros presentes no livro.
De quebra, a colunista tornou-se também uma das mais ousadas
editoras de fotografia do mercado
editorial. Mas nem assim, como
ela própria brinca no texto de
apresentação, conseguiu fazer
parte da turma que "sai na Joyce".
A ela restou o lugar de fada madrinha de desejos e vaidades que
agora alcançam as vitrines.
O quê: lançamento de "Fotossíntese"
Quando: amanhã, das 14h às 19h30,
somente para convidados
Onde: Fasano (r. Haddock Lobo, 1.644,
São Paulo, tel. 0/xx/11/852-4000)
Livro: Fotossíntese
Autora: Joyce Pascowitch
Editora: DBA
Quanto:R$ 75 (188 págs.)
Formato: 23 cm x 29 cm, com fotos P&B
e coloridas
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