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Fagundes gosta de ser a cara d'Ele
DA ENVIADA AO RIO
Dado que ninguém viu a face de
Deus, o ator Antonio Fagundes
sentiu-se à vontade para emprestar-Lhe seu rosto.
"Quando fiz "Villa-Lobos -
Uma Vida de Paixão", de Zelito
Viana, fiquei preocupado. Muitas
pessoas, algumas que ainda estão
vivas, conviveram com ele, conheceram sua personalidade, sua
forma de se expressar. Era um risco grande. Sobre Deus a gente não
tem referências", diz o ator.
Apesar de ter integrado o elenco
de "perto de 40 filmes", Fagundes
nunca havia tomado parte em um
título de Cacá Diegues. "Sempre
invejei as pessoas que filmavam
com ele. Quando surgiu essa
oportunidade, não titubeei."
Em "Deus É Brasileiro" Fagundes contracena com Wagner
Moura, 25, intérprete de Taoca.
Revelado nacionalmente no elenco da montagem teatral "A Máquina", de João Falcão, o ator
baiano faz seu quinto longa.
A estréia no cinema foi em "Sabor da Paixão" (99), de Fina Torres, estrelada por Murilo Benício e
pela espanhola Penélope Cruz,
que era uma cozinheira na Bahia.
Como os seus três trabalhos seguintes estão inéditos -"Abril
Despedaçado", de Walter Salles,
"As Três Marias", de Aloísio
Abranches e Heitor Dhalia, e "O
Homem do Ano", de José Henrique Fonseca- o longa de Torres
foi o único em que Moura já se viu
no cinema. O ator equilibra a expectativa de assistir-se por mais
tempo na tela com a excitação do
aprendizado das filmagens. "Estou achando muito difícil, mas
adoro estar aprendendo."
(SA)
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