|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
LIVRO
"JORNAL DOBRABIL" ganha segunda edição, 20 anos depois de publicado
Glauco Mattoso relança o trabalho que o projetou
CASSIANO ELEK MACHADO
DA REPORTAGEM LOCAL
Final dos anos 70, repressão militar ainda respirando, e personalidades como Caetano Velloso,
Décio Pignatari e Antônio
Houaiss começaram a receber envelopes com uma suspeita página
dobrada ao meio.
No alto, lia-se "JORNAL DOBRABIL". Abaixo, um até então
inimaginável festival de poemas,
sátiras e aforismos que caminhavam por temas como escatologia
e homossexualidade, literatura e
política, tudo feito na mais rústica
máquina de escrever Olivetti.
Nascia assim o poeta, contista,
cronista, humorista... marginal
Glauco Mattoso, criação do então
funcionário do Banco do Brasil
Pedro José Ferreira da Silva (que
aludia no pseudônimo artístico
ao seu glaucoma, doença que lhe
tiraria totalmente a visão).
Durante quatro anos Pedro, ou
Mattoso, escreveu, diagramou,
xerocou e postou 53 edições do
seu panfleto. Em 1981, a obra
completa do "JORNAL DOBRABIL" virou um livro.
Agora, 20 anos depois, o periódico volta. Será lançada hoje edição que traz, em papel cuchê, fac-símiles de todos os "jornais dobrabeis". Publicado pela Iluminuras, o livro tem orelha elogiosa de
Millôr Fernandes e o texto introdutório "Uma Odisséia no Meio
Espaço", no qual Glauco Mattoso,
50, explica como criava cada edição de seus "dactylograffitis".
Como dizia o poeta Augusto de
Campos no "prefácil" original, reproduzido na atual edição, "o dobrábil não precisa de prefácio/
precisa é de espaço". Continua
precisando.
JORNAL DOBRABIL - De: Glauco
Mattoso. Editora: Iluminuras (tel. 0/xx/11/3068-9433). 128 págs. R$ 35.
Lançamento: hoje, às 19h. Onde:
Finnegan's Pub (r. Cristiano Viana, 358,
SP, tel. 0/xx/11/3062-3232)
Texto Anterior: Rádio: Vem aí a novela digital Próximo Texto: Panorâmica - Evento: Borghi lê peças de Dionísio Neto e Newton Moreno Índice
|