São Paulo, segunda-feira, 17 de dezembro de 2001

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LIVRO

"JORNAL DOBRABIL" ganha segunda edição, 20 anos depois de publicado

Glauco Mattoso relança o trabalho que o projetou

CASSIANO ELEK MACHADO
DA REPORTAGEM LOCAL

Final dos anos 70, repressão militar ainda respirando, e personalidades como Caetano Velloso, Décio Pignatari e Antônio Houaiss começaram a receber envelopes com uma suspeita página dobrada ao meio.
No alto, lia-se "JORNAL DOBRABIL". Abaixo, um até então inimaginável festival de poemas, sátiras e aforismos que caminhavam por temas como escatologia e homossexualidade, literatura e política, tudo feito na mais rústica máquina de escrever Olivetti.
Nascia assim o poeta, contista, cronista, humorista... marginal Glauco Mattoso, criação do então funcionário do Banco do Brasil Pedro José Ferreira da Silva (que aludia no pseudônimo artístico ao seu glaucoma, doença que lhe tiraria totalmente a visão).
Durante quatro anos Pedro, ou Mattoso, escreveu, diagramou, xerocou e postou 53 edições do seu panfleto. Em 1981, a obra completa do "JORNAL DOBRABIL" virou um livro.
Agora, 20 anos depois, o periódico volta. Será lançada hoje edição que traz, em papel cuchê, fac-símiles de todos os "jornais dobrabeis". Publicado pela Iluminuras, o livro tem orelha elogiosa de Millôr Fernandes e o texto introdutório "Uma Odisséia no Meio Espaço", no qual Glauco Mattoso, 50, explica como criava cada edição de seus "dactylograffitis".
Como dizia o poeta Augusto de Campos no "prefácil" original, reproduzido na atual edição, "o dobrábil não precisa de prefácio/ precisa é de espaço". Continua precisando.


JORNAL DOBRABIL - De: Glauco Mattoso. Editora: Iluminuras (tel. 0/xx/11/3068-9433). 128 págs. R$ 35. Lançamento: hoje, às 19h. Onde: Finnegan's Pub (r. Cristiano Viana, 358, SP, tel. 0/xx/11/3062-3232)


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