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São Paulo, quarta-feira, 17 de dezembro de 2003

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ARTES PLÁSTICAS

Obra investiga acervo do museu e reforma entre 1998 e 2002

Catálogo apresenta MAC ao cenário internacional

ALEXANDRA MORAES
DA REDAÇÃO

A reforma do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, dois anos depois de concluída, gerou mais um fruto.
Trata-se de "Coleção MAC Collection", um volume de pouco mais de 300 páginas que investigam parte do acervo da instituição (cerca de 8.000 peças) e a reforma empreendida pela administração de José Teixeira Coelho Netto, de 1998 a 2002, para adequar o espaço reservado ao MAC dentro da Cidade Universitária às demandas de um museu que queria crescer. Para tanto, havia um convênio de 1999 com a galeria do Sesi, na av. Paulista, que abrigou mostras do acervo do MAC, chamando o público a conhecê-las.
Na sede, a reforma, que durou oito meses entre 2000 e 2001 e foi feita com o apoio da Fapesp, procurou resolver problemas de espaço e disposição, além de entraves técnicos, como a ausência de um sistema de ar-condicionado e de proteção contra incêndio.
"Esse catálogo foi feito pensando na inserção do museu no cenário internacional da arte. É bilingue, em português e inglês, com um registro -não tão extenso como eu gostaria- dos novos equipamentos e espaços com que o museu passara a contar, indispensáveis para receber exposições importantes", explica Teixeira Coelho, 59. "Um catálogo ainda é um indispensável cartão de visita de um museu, mesmo em tempos de sites na internet."
Para mostrar o acervo do MAC, o catálogo parte de sua obra mais antiga, "Paisagem" (1906-07), de Giacomo Balla, e passa por nomes como Picasso, De Chirico, Tarsila do Amaral, Lygia Clark, Hélio Oiticica, Regina Silveira, Leonilson e Paulo Whitaker. Ao todo, são 213 obras, quase todas comentadas. A curadoria é de Teixeira Coelho e de Martin Grossmann (vice-diretor entre 98-2002).
"Há muito tempo o MAC não tinha um catálogo geral (relativamente geral, claro) para vender ou enviar a outros museus pelo mundo afora. O anterior havia sido preparado por Aracy Amaral [1982-86] e estava esgotado. Para a reabertura do MAC renovado, o acompanhante correto seria um novo catálogo, elaborado em grande parte sobre a forma que adquiriu a exposição do acervo feita na Galeria do Sesi-Fiesp, em 1999, a primeira da coleção fora da sede do museu", conta o ex-diretor. "O projeto original era graficamente mais ambicioso e custoso, o que inviabilizou a finalização do livro em 2000 e nos dois anos seguintes, marcados por forte crise", diz Teixeira Coelho, sobre a obra ser lançada quase dois anos após sua gestão.
Para a atual diretora, Elza Ajzenberg, a obra possibilita observar "marcos significativos na trajetória do museu" e "vem ao encontro de esforços que se concentram para as comemorações dos 40 anos do MAC USP", em 2003.
"A coleção do MAC é esplendorosa e contém boa parte do que é preciso saber para apreciar a arte moderna e a contemporânea, daqui e de fora. E o museu já participou ativamente de movimentos mundiais fortes, como ao tempo de Walter Zanini [1963-78] e da arte conceitual. Mas precisa fazer mais", ressalta Teixeira Coelho. "Nenhum museu pode continuar com alma paroquial. A presença passiva do museu, seu mero estar ali, sem ações que hoje recebem o nome ruim de "pró-ativas", é um desserviço à cultura", completa.


COLEÇÃO MAC COLLECTION. Curadoria: Teixeira Coelho e Martin Grossmann. Textos: Teixeira Coelho, Antônio Gonçalves, Carmem S. G. Aranha e outros. Editora: Comunique Editorial. Quanto: R$ 120 (311 págs.)


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