São Paulo, domingo, 17 de dezembro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Queda de público nas salas preocupa setor

DA REPORTAGEM LOCAL

A preocupação com a queda de público nos cinemas é mundial. Mas, no Brasil, o alerta traz um dado a mais: a média de espectadores por sala em 2006 deverá ser a menor dos últimos dez anos -41,8 mil, segundo projeção do portal Filme B.
"Não há negócio no mundo que se rentabilize com taxa de 25% de ocupação", diz Valmir Fernandes, presidente da Cinemark, que adotou medidas como a "sessão desconto", cobrando R$ 4 e R$ 2 (meia), para filmes no meio da tarde.
Na última segunda, Fernandes e alguns de seus pares da exibição se reuniram com o ministro da Cultura, Gilberto Gil, para pedir atenção ao setor.
Não querem benefícios, diz Fernandes, mas sensibilidade do governo aos problemas que, na visão dos empresários, penalizam seu negócio -abusos na utilização da meia-entrada e o peso da cota de tela (número de dias de exibição obrigatória de filmes nacionais, definido a cada ano pelo governo).
A queda de público nos cinemas tem explicação quase consensual: o aumento da oferta de filmes em DVD (em prazos cada vez menos distantes de seu lançamento nas salas) e o avanço do "home theater" tornaram mais atraente ficar em casa.
A teoria é quase consenso, porque há quem coloque a culpa do fenômeno na "fragilidade do produto", ou seja, na temporada de filmes ruins. "Estou otimista em relação a 2007", diz Fernandes, sobre o ano que terá seqüências de "Homem-Aranha", "Shrek" e "Harry Potter".
Mas é fato que o mercado de home video (VHS e DVD) no país responde hoje por 50% do faturamento do setor, tendo superado as salas de exibição.
O Brasil possui 2.072 salas de cinema, em 389 municípios (7% do total), segundo a Agência Nacional do Cinema. SP e Rio abarcam 49% das salas. (SA)


Texto Anterior: Cliente gasta R$ 9 com água e pipoca em salas
Próximo Texto: Mônica Bergamo
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.