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Grafiteiros vendem gravuras na internet
Artistas brasileiros e estrangeiros têm galerias virtuais para os seus trabalhos
Endereços como o Pictures on Walls e o Obey Giant têm obras concorridas; a brasileira Choque Cultural criou um site só para vendas no exterior
TEREZA NOVAES
REPORTAGEM LOCAL
Eles estão nos muros das
grandes cidades do mundo e,
embora muita gente ainda torça o nariz, ganham cada vez
mais o status e o prestígio de
grandes artistas. Depois de freqüentar galerias de arte, os grafiteiros se tornaram objetos do
desejo de colecionadores
-com preços que seguem a
crescente demanda.
Mas essa nova geração defende que sua arte (ou pelo menos
parte dela) deve ser acessível ao
público. E, para isso, nada melhor que a internet, onde cresce
o número de galerias virtuais
especializadas na venda de gravuras realizadas por grafiteiros.
O britânico anônimo Banksy
é um deles. No site Pictures on
Walls (www.picturesonwalls
.com), há gravuras dele à venda
por preços entre 250 libras e
600 libras (R$ 900 e R$ 2.160,
respectivamente).
Pode até parecer muito dinheiro, mas uma obra de
Banksy, feita a partir de um estêncil, foi vendida por 66,5 mil
libras, ou R$ 240 mil, na última
quarta-feira, em Londres.
A pechincha, no entanto, é limitadíssima. Todas as gravuras
assinadas por ele estão esgotadas. A dica do site é entrar no
"mailing list" e esperar um aviso de chegada de novas obras.
Não são apenas as obras de
Banksy que acabam rapidamente no Pictures on Walls. As
do brasileiro Titi Freak levaram três horas para esgotar.
Titi foi escolhido pela produtora do site para ser comercializado por eles. No Brasil, ele é
representado pela Choque Cultural, galeria pioneira em arte
originada do grafite.
A galeria já editou mais de
cem gravuras, com no máximo
150 cópias. "Os estrangeiros
compram metade da produção", diz Baixo Ribeiro, um dos
donos. Inglaterra, Espanha,
França, Alemanha, Japão, EUA
são os principais mercados.
A grande procura pelos trabalhos dos brasileiros fez com
que a galeria criasse um site para vendas no exterior, o www.
choquecultural.co.uk; para
comprar dentro do Brasil, é necessário entrar em contato
com a galeria (tel. 0/xx/11/
3061-4051). Há hoje 25 títulos
disponíveis, um dos mais recentes é o de Stephan Doitschinoff. As gravuras custam em
média R$ 90 cada uma, mas podem chegar a R$ 600.
A idéia de colocar os grafiteiros para produzir gravuras foi
uma forma de tornar o trabalho viável economicamente
-explorando uma linguagem
diferente das ruas, mas mantendo-se o traço e a temática de
cada um. "Mostramos para o
artista que existia uma forma
de ele entrar na casa das pessoas e não apenas que ele ficasse gastando dinheiro pintando
na rua", explica Ribeiro.
Obey, um dos codinomes
precursores da arte de rua nos
EUA, também percebeu o potencial negócio. O site www.obeygiant.com vende pôsteres a partir de US$ 20. As obras
de Obey também são disputadas e esgotam rapidamente.
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