|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Música
The Killers cai na dança em seu terceiro disco
Grupo famoso por rock vigoroso trabalha com produtor de Madonna em "Day & Age'
"Nossa banda topa tudo", diz guitarrista, que fala sobre possível volta ao Brasil; faixa "I Can't Stay" traz percussão caribenha e solo de saxofone
JOSÉ FLÁVIO JÚNIOR
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM
LONDRES
Nesse finzinho de 2008, não
há disco mais comentado do
que "Day & Age", o terceiro do
The Killers.
Muita gente odiou as mudanças no som da banda, mas muita gente também adorou o single "Human", a faixa mais dançante já produzida pelo quarteto de Las Vegas.
Já dava para imaginar que a
reação seria extrema quando a
gravadora do grupo reuniu a
imprensa para uma audição
parcial do CD no hotel londrino
St. Martins Lane, em setembro,
semanas antes do lançamento.
Os jornalistas reunidos pareciam não acreditar que músicas
como "I Can't Stay", com percussão caribenha e solo de saxofone, vinham da mesma banda que despontara em 2004
com rocks vigorosos.
No quarto em que estava
hospedado, com suas roupas
espalhadas pelo chão e a cama
desarrumada, o guitarrista Dave Keuning falou com entusiasmo sobre o álbum.
""Day & Age" é bem diferente
do [antecessor] "Sam's Town".
Primeiro porque melhoramos
muito como compositores nos
últimos dois anos. E o disco
tem uns rocks típicos do Killers, mas também tem faixas
numa onda dance, além de músicas com acento tropical. Fizemos coisas que nunca tínhamos feito antes. Não dá para
julgar esse álbum por apenas
uma canção."
A pessoa apontada como
"culpada" pela sonoridade distinta de "Day & Age" é o produtor Stuart Price.
Ao lado de Madonna, ele concebeu "Confessions on a Dance
Floor" (05), um dos discos mais
celebrados da cantora. Também conhecido pela alcunha
Jacques Lu Cont, Price está por
trás de projetos como o Zoot
Woman e o Les Rythmes Digitales, todos mais voltados à
praia eletrônica.
Volta ao Brasil
Os rapazes do Killers começaram a trabalhar com Price na
compilação "Sawdust" e curtiram o resultado.
"Ele é muito esperto e gosta
dos mesmos artistas que a gente", afirma Keuning. "Nossa
banda basicamente topa tudo.
E quisemos dar uma chance para ele trabalhar com algo diferente, fora da cena dance. Foi
uma boa colaboração para as
duas partes."
"Day & Age" deve ajudar o
quarteto a conquistar novos
fãs, como almeja o guitarrista.
Mas há outros motivos que fazem o Killers seguir gravando
canções e buscando novas sonoridades. "Queremos provar
que as pessoas estão erradas",
diz Keuning. "Ainda há muita
gente que não gosta da nossa
banda: o pessoal da nossa terra,
jornalistas de algumas revistas
sediadas em Nova York... Queremos mostrar que nossa música merece ser ouvida."
No Reino Unido, a tarefa tem
sido mais fácil. A fama da banda
é bem maior lá do que em outros lugares, o que para o guitarrista talvez tenha a ver com o
modo como o britânico lida
com música.
"As pessoas aqui levam música como um hobby, não como
uma coisa que rola de fundo,
igual acontece na América. Fora que estão mais interessadas
em novidades musicais."
Keuning adora quando o Killers é descrito como "a melhor
banda britânica a ter surgido
nos Estados Unidos". "Fomos
influenciados por muitos artistas britânicos. Mas, como somos americanos, temos um jeito diferente de fazer música
britânica", observa.
Segundo o músico, o Killers
deve voltar ao Brasil em 2009
ou 2010 para novos shows
-mais cedo do que o de São
Paulo em 2007, que começou
às 4 horas da manhã por causa
de atrasos na programação do
Tim Festival daquele ano.
O jornalista JOSÉ FLÁVIO JÚNIOR viajou a convite da Universal.
Texto Anterior: Mônica Bergamo Próximo Texto: Crítica: Banda constrange ao inovar e aposta em sintetizadores Índice
|