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Crítica
Banda constrange ao inovar e aposta em sintetizadores
THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL
"A re we human/ Or
are we dancer?"
(somos humanos/
ou somos dançarinos?), pergunta o Killers em "Human",
primeiro single de "Day & Age",
disco que acaba de sair no Brasil. É nonsense, mas a pergunta
que o Killers também deve fazer é: por que se preocupar em
fazer sentido depois de vender
quase 10 milhões de discos?
As letras nunca foram o foco
da banda liderada pelo vocalista Brandon Flowers. O que o
Killers busca é produzir canções que preencham estádios,
com refrãos pegajosos.
Até agora, se deram bem: o
álbum de estréia, "Hot Fuss", já
vendeu mais de 5 milhões de
cópias desde o lançamento, em
2004. Dois anos depois, veio
"Sam's Town", quase tão bem-sucedido quanto (4 milhões de
cópias). Tirando os dinossauros, o Killers posiciona-se como uma das maiores bandas de
rock do mundo, nome escalado
para fechar grandes festivais.
Se em "Hot Fuss" a banda
correu atrás do rock britânico e
em "Sam's Town" olhou para
Bruce Springsteen e Bob Dylan,
em "Day & Age" o Killers parece emular o synthpop de bandas como Duran Duran.
O principal eixo do disco não
está mais na guitarra, mas nos
sintetizadores. "Human", por
exemplo, tem um teclado rápido, como se o Erasure produzisse a trilha de "Flashdance".
Já "The World We Live In" e
"A Dustland Fairytale" ganham
arranjos grandiosos -e ambiciosos até, mas sem a afetação
vista em "Sam's Town". "Goodnight, Travel Well" tem um climão que lembra o Pink Floyd
de David Gilmour.
"Joy Ride" e "I Can't Say" são
as que destoam no universo do
Killers: trazem sopros, buscando algo mais "suingado" do que
riffs de guitarra -eles arriscam,
mas o resultado é constrangedor e nada autêntico.
DAY & AGE
Artista: The Killers
Quanto: R$ 30, em média
Avaliação: regular
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