São Paulo, quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

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Crítica

Banda constrange ao inovar e aposta em sintetizadores

THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL

"A re we human/ Or are we dancer?" (somos humanos/ ou somos dançarinos?), pergunta o Killers em "Human", primeiro single de "Day & Age", disco que acaba de sair no Brasil. É nonsense, mas a pergunta que o Killers também deve fazer é: por que se preocupar em fazer sentido depois de vender quase 10 milhões de discos?
As letras nunca foram o foco da banda liderada pelo vocalista Brandon Flowers. O que o Killers busca é produzir canções que preencham estádios, com refrãos pegajosos.
Até agora, se deram bem: o álbum de estréia, "Hot Fuss", já vendeu mais de 5 milhões de cópias desde o lançamento, em 2004. Dois anos depois, veio "Sam's Town", quase tão bem-sucedido quanto (4 milhões de cópias). Tirando os dinossauros, o Killers posiciona-se como uma das maiores bandas de rock do mundo, nome escalado para fechar grandes festivais.
Se em "Hot Fuss" a banda correu atrás do rock britânico e em "Sam's Town" olhou para Bruce Springsteen e Bob Dylan, em "Day & Age" o Killers parece emular o synthpop de bandas como Duran Duran.
O principal eixo do disco não está mais na guitarra, mas nos sintetizadores. "Human", por exemplo, tem um teclado rápido, como se o Erasure produzisse a trilha de "Flashdance".
Já "The World We Live In" e "A Dustland Fairytale" ganham arranjos grandiosos -e ambiciosos até, mas sem a afetação vista em "Sam's Town". "Goodnight, Travel Well" tem um climão que lembra o Pink Floyd de David Gilmour.
"Joy Ride" e "I Can't Say" são as que destoam no universo do Killers: trazem sopros, buscando algo mais "suingado" do que riffs de guitarra -eles arriscam, mas o resultado é constrangedor e nada autêntico.


DAY & AGE
Artista: The Killers
Quanto: R$ 30, em média
Avaliação: regular



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