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Exposição "The Americans" em Nova York lembra o momento de crescimento do país nos anos 50
DA REPORTAGEM LOCAL
O Metropolitan Museum de
Nova York apresenta até 3 de
janeiro as 83 fotos que compõem um dos registros mais famosos dos Estados Unidos. A
exposição "Looking In: Robert
Frank's The Americans" comemora os 50 anos de publicação
no país da obra mais famosa do
fotógrafo suíço Robert Frank,
um ícone das transformações
pelas quais o país passava no
pós-guerra.
Nascido em 1924 na Suíça e
radicado nos EUA em 1947,
Frank era amigo e discípulo de
Walker Evans, que influenciou
diretamente os registros de
"The Americans". A exposição
apresenta cartas trocadas entre
os dois fotógrafos, como a descrição de Frank quando foi preso em meio à viagem.
O fotógrafo percorreu a
América em uma jornada que
se assemelha muito ao processo criativo de Jack Kerouac na
elaboração do clássico "On the
Road". Curiosamente, os dois
não se conheciam até as obras
mais famosas dos dois terem sido produzidas.
Frank convidou Kerouac a
escrever a apresentação de
"The Americans" sem que o escritor beat tivesse acompanhado seu trabalho. Essa apresentação não aparece na primeira
edição do livro, publicada na
França em 1958. O editor queria mudanças no texto de Kerouac, e o fotógrafo protestou.
O original datilografado de Kerouac, assim como a correspondência entre Frank e o editor
estão na exposição. O texto só
apareceria na versão americana do livro, lançado um ano depois nos EUA.
Há uma curiosa correspondência entre os dois trabalhos.
Tanto Frank como Kerouac registraram um país que vivia um
grande otimismo econômico,
ao mesmo tempo em que o macarthismo projetava uma sombra obscurantista.
Ambos revelam um país submerso e até então invisível de
imigrantes e marginais, e as
tensões raciais e políticas que
eclodiriam a partir dos anos 60.
Era o nascimento da contracultura.
(MARCOS STRECKER)
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