São Paulo, domingo, 18 de janeiro de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FILMES

TV ABERTA

Oscarito satiriza culto ao estrangeiro e erudito

Você Já Foi à Bahia
SBT, 12h25.
   
(The Three Cabaleros). EUA, 44. Direção: Norman Ferguson. É aniversário do Pato Donald, e ele acaba fazendo um tour pela América Latina. De quebra, vem ao Rio de Janeiro e acaba encontrando o Zé Carioca. Samba, futebol, motivos tropicais, enfim, é aquela visão estrangeira e estereotipada sobre o Brasil que não mudou muita coisa desde então (o filme é dos anos 1940).

Mortal Kombat
Globo, 13h05.
 
EUA, 95, 98 min. Direção: Paul Anderson. Com Christopher Lambert, Robin Shou. Coqueluche entre a garotada, há alguns anos, o jogo Mortal Kombat ganhou aqui uma versão filme. Esses jogos circulam com rapidez assombrosa. Será que a meninada ainda sabe o que é Mortal Kombat?

De Vento em Popa
Cultura, 15h30.
    
Brasil, 57, 105 min. Direção: Carlos Manga. Com Oscarito, Sonia Mamede. Oscarito faz uma paródia de Elvis Presley e, com a ajuda de Sonia Mamede, sua parceira de dança, e Cyll Farney, trata de impor a resposta brasileira e popular à admiração geral pelo estrangeiro e erudito (Zezé Macedo faz madame Frou-Frou, ridícula cantora de ópera). Belo filme. P&B.

Esporte Sangrento
Record, 19h.
 
(Only the Strong). EUA, 93, 99 min. Direção: Sheldon Lettich. Com Mark Dacascos, Stacey Travis. Jovem volta aos EUA após aprender capoeira no Brasil. Transmite seus conhecimentos a adolescentes, até que um chefe de gangue decide recrutar os meninos para atividades criminosas.

Medidas Desesperadas
Bandeirantes, 20h50.
   
(Desperate Measures). EUA, 98, 100 min. Direção: Barbet Schroeder. Com Andy Garcia, Michael Keaton. Policial precisa encontrar doador compatível para salvar seu filho, muito doente. Quem será a única pessoa que encontram? Claro, um criminoso psicótico em último grau. O "plot" é banal, mas Schroeder consegue salvar os móveis, o que é alguma coisa.

Show Bar
SBT, 22h.
 
(Coyote Ugly). EUA, 2000, 100 min. Direção: David McNally. Com Piper Perabo, John Goddman. Querendo tornar-se compositora famosa, garota do interior vai para Nova York, onde trabalha como dançarina em bar que, pela beleza de suas dançarinas, logo se torna célebre.

Comando Estratégico
Globo, 23h.
 
(Stragic Command). EUA, 97. Direção: Rick Jacobson. Com Michael Dudikoff, Paul Winfield. Grupo de elite liderado por ex-agente do FBI tem de dar conta de grupo terrorista que, após tomar um avião, ameaça os EUA com terrível arma química.

Todos os Homens do Presidente
Bandeirantes, 0h15.
   
(All the President Men). EUA, 76, 138 min. Direção: Alan J. Pakula. Com Robert Redford, Dustin Hoffman. A aventura dos jornalistas Bob Woodward e Carl Bernstein, do jornal "Washington Post", que levantam o Caso Watergate (invasão do diretório democrata), por ordem do então presidente Richard Nixon. O caso levará Nixon à renúncia, e o assunto é tão bom que até Alan Pakula parece se interessar por ele. (INÁCIO ARAUJO e BRUNO YUTAKA SAITO)

TV PAGA

"Swingers" escapa do fácil apelo da lamentação

BRUNO YUTAKA SAITO
DA REDAÇÃO

No filme "Swingers - Curtindo a Noite", Mike (Jon Favreau), um comediante pé-de-chinelo, sofre as agruras dos homens sensíveis quando sua namorada o abandona.
Em seguida, o que vem pela frente parece ser mais uma daquelas delongas da estirpe do britânico Nick Hornby.
Já se passaram seis meses desde a demissão amorosa de Mike. Na sua depressão e impossibilidade de superar a ex, ele se abriga nas insuspeitas asas dos machos amigos, sempre de bar em bar.
"Swingers" corre sempre no meio-fio entre uma comédia decente e um "Alta Fidelidade" da vida, a obra mais famosa de Hornby. Nesse sentido, é daquelas obras ambíguas, que não se decidem onde situar, filhote do superestimado cinema independente norte-americano.
Preenchem a tela as citações ao universo pop, as vítimas masculinas, a inversão de papéis esquemáticos -a mulher não é mais a sofredora, ela é a própria causa do sofrimento-, enfim, aquela filosofia que separa o mundo entre fracassados e vencedores.
Mas, ao contrário de Hornby e seu olhar caridoso -supostamente irônico- sobre os coitados de sempre, que parece dizer "você é um fracassado e é muito bacana ser um fracassado", "Swingers" não celebra nenhum estilo de vida.
Em determinada altura, o filme entrega o jogo. Os amigos conversam sobre cinema, falam sobre Quentin Tarantino e chegam à conclusão que tudo é derivado de cópias, não há como ser original.
Momento de sopro de sinceridade, estrategicamente jogado para fisgar a simpatia do espectador. Coisas que o cinema indie é pródigo em fazer. Mas, em "Swingers", a estratégia é a cópia pura e simples da vida real, que transforma a decepção amorosa -a tragédia que é ao mesmo tempo a mais banal e cruel do ser humano- em espetáculo. Sem retoques. Pra que "reality show"?


SWINGERS - CURTINDO A NOITE. Quando: hoje, às 20h15, no Telecine Emotion.


Texto Anterior: Astrologia - Barbara Abramo
Próximo Texto: José Simão: Guerra Cósmica! Marta ataca!
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.