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Sinopses "escondem" cenas fortes
especial para a Folha
Até que se contratem novos funcionários, como
anunciou recentemente o
Ministério da Justiça, os julgamentos do Departamento
de Classificação Indicativa
(Declas) continuam a ser feitos, na maioria dos casos,
através de sinopses detalhadas.
Elas podem ter até cinco
páginas ou mais, porém
"muitas vezes escondem as
cenas de violência, sexo e
drogas", conforme admite a
coordenadora do Declas,
Myrna Fraga.
"Se o produtor achar que
não está certo, pode entrar
com recurso, para ganhar ou
perder", lembra Fraga, que
tem utilizado "critérios mais
severos" nas indicações de
faixa etária para cinemas e
para os horários de exibição
nas TVs.
O recurso não funcionou
no caso de "A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça", classificado para 18 anos.
Nas últimas semanas, num
shopping de São Paulo, adolescentes barrados à porta de
"Cavaleiro" compravam ingresso para a sala ao lado,
para ver "O Colecionador de
Ossos", classificado para 14
anos no Brasil, mas nos EUA
para maiores de 17, por causa de "fortes cenas de violência, incluindo imagens horríveis".
No Brasil, também ganhou
14 anos o filme de guerra
"Três Reis", ""produção politicamente incorreta que toca na questão de como os Estados Unidos tentam policiar o mundo inteiro", segundo seu astro, George
Clooney. O filme inclui cenas de soldados explodindo
uma vaca.
Para Fraga, a escalada da
violência no país demanda
preocupação. "Em termos
de sexo não é tanto. O pior é
o sangue e a violência", afirma a coordenadora.
(AM)
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