JOSIMAR MELO
Colunista da Folha

Não é muito grande a oferta de restaurantes interessantes na região de Santo Amaro, próxima à Chácara Flora. O Ária, que nasceu em maio do ano passado, é um deles.
Uma casa simples, sem muita sofisticação ou conforto, é, antes de tudo, um restaurante de bairro, opção para os moradores da região; mas é cercada por certos cuidados que lhe dão um ar especial.
O nome se refere ao jardim existente no final da escadaria que leva ao restaurante, num plano mais baixo que a rua. Uma fonte que mantém um gostoso ruído de água jorrando, vasos e peças antigas (tudo comprado em antiquários de Minas Gerais) tentam recriar o clima de um velho pátio toscano.
Pois é a Toscana a inspiração do restaurante e de seu criador, o nissei James Yoichi Hirose, 41, dono do restaurante com a mãe Keiko Hirose, 61, japonesa de Tóquio.
James é um engenheiro metalúrgico paulista que, por ter trabalhado dez anos numa empresa italiana, viveu dois anos em Milão, época em que viajou por todo o país e se apaixonou por ele -e por sua culinária.
Daí nasceu o Ária, onde James tenta recriar a mesa italiana, elaborando pessoalmente receitas e cardápios. Aqui e ali, eletenta criar um ou outro prato que escape à rotina; pontua a breve carta de vinhos com um Barolo e um Brunello; mas não escapa do perfil de cantina. E cumpre sua missão.
O Ária serve massas italianas (as frescas são feitas lá), dos fettuccine à bolonhesa à lasanha de bacalhau com creme de espinafre (boa massa, mas com nacos muito grandes e secos de peixe), além do novo ravióli de camarão ao molho de tomate, vinho branco e ervas; e a clássica perna de cabrito ao molho de sálvia com batatas e brócoli -bem, não era perna, estava um pouco queimada por fora, mas saborosa.

$ (até R$ 22); $$ (R$ 22,01 a R$ 42); $$$ (de R$ 42,01 a R$ 62); $$$$ (acima de R$ 62). Avaliação: excelente    ; ótimo   ; bom  ; regular (sem estrela); ruim