São Paulo, quarta, 18 de fevereiro de 1998

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Os matadores

FERNANDO BONASSI

Carro esfria co'a noite e esquenta co'o dia. Asfalto de bafo que a vista turva. Formiga que sai não chega, e torra. Foto em cima do volante, repara. O outro aparece no horário que disseram. Vem crescendo e mostrando a cara da fotografia, mas, ao mesmo tempo, bate no chão uma varinha de metal. Ele esconde o revólver. Desce. Vai até o cego: O senhor é... O outro confirma. Então ele faz careta, desaforo com as mãos e mostra a arma. Como o homem fica parado e sem susto, ele volta pro carro, rasga a foto e vai embora. Sabe o que espera quem não cumpre o serviço, mas tudo tem limite.



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