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Os matadores
FERNANDO BONASSI
Carro esfria co'a noite e
esquenta co'o dia. Asfalto de
bafo que a vista turva. Formiga que sai não chega, e
torra. Foto em cima do volante, repara. O outro aparece no horário que disseram.
Vem crescendo e mostrando
a cara da fotografia, mas, ao
mesmo tempo, bate no chão
uma varinha de metal. Ele esconde o revólver. Desce. Vai
até o cego: O senhor é... O
outro confirma. Então ele faz
careta, desaforo com as
mãos e mostra a arma. Como
o homem fica parado e sem
susto, ele volta pro carro,
rasga a foto e vai embora. Sabe o que espera quem não
cumpre o serviço, mas tudo
tem limite.
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