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FESTIVAL
Filme mostra tratamento e prevenção da doença na população carente
Documentário brasileiro sobre Aids ganha prêmio nos EUA
ROGÉRIO ASSIS
especial para a Folha
Mais um filme brasileiro, desta
vez pouco conhecido no país,
acaba de ganhar um importante
prêmio da indústria cinematográfica americana.
É o documentário "Odo Ya!
Vida com Aids", da diretora Tania Cypriano, 35, premiado como melhor filme documentário
no Pan African Film Festival, o
maior festival de cinema negro
dos EUA patrocinado pelos
grandes estúdios de Hollywood.
O filme é um documentário
sobre a Fundação Odo Ya! e trata
da prevenção e tratamento da
Aids nas camadas mais carentes
da população pela filosofia do
candomblé. "Não é um filme só
sobre Aids, é sobre cultura e como a cultura influencia a vida
das pessoas", diz Cypriano.
Com vários depoimentos de
pais-de-santo e de portadores
do vírus e muitas cenas de cultos
de candomblé e de Carnaval, o
filme mostra como a religião trata a questão e ajuda a população
carente a entender e a conviver
com a doença.
Rodado em 1997 entre Salvador, Rio e São Paulo, o filme tem
uma visão crítica sobre as primeiras campanhas de prevenção
a Aids do Ministério da Saúde
(governo Sarney), que, no entender da diretora, mostravam
apenas pessoas brancas e de
classe média.
Produzido com verba internacional, o filme teve orçamento
de cerca de US$ 100 mil, custeado principalmente pelo prêmio
da Open Society Institute da
George Soros's Documentary
Foundation e pelo New York
State Council on the Arts.
"Odo Ya!" já foi exibido com
sucesso em vários países, entre
eles EUA, França, Israel e África
do Sul. No Brasil, foi exibido
apenas uma vez durante o 5º
Festival de Internacional de Cinema Étnico em São Paulo.
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