São Paulo, Quinta-feira, 18 de Fevereiro de 1999
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FESTIVAL
Filme mostra tratamento e prevenção da doença na população carente
Documentário brasileiro sobre Aids ganha prêmio nos EUA

ROGÉRIO ASSIS
especial para a Folha

Mais um filme brasileiro, desta vez pouco conhecido no país, acaba de ganhar um importante prêmio da indústria cinematográfica americana.
É o documentário "Odo Ya! Vida com Aids", da diretora Tania Cypriano, 35, premiado como melhor filme documentário no Pan African Film Festival, o maior festival de cinema negro dos EUA patrocinado pelos grandes estúdios de Hollywood.
O filme é um documentário sobre a Fundação Odo Ya! e trata da prevenção e tratamento da Aids nas camadas mais carentes da população pela filosofia do candomblé. "Não é um filme só sobre Aids, é sobre cultura e como a cultura influencia a vida das pessoas", diz Cypriano.
Com vários depoimentos de pais-de-santo e de portadores do vírus e muitas cenas de cultos de candomblé e de Carnaval, o filme mostra como a religião trata a questão e ajuda a população carente a entender e a conviver com a doença.
Rodado em 1997 entre Salvador, Rio e São Paulo, o filme tem uma visão crítica sobre as primeiras campanhas de prevenção a Aids do Ministério da Saúde (governo Sarney), que, no entender da diretora, mostravam apenas pessoas brancas e de classe média.
Produzido com verba internacional, o filme teve orçamento de cerca de US$ 100 mil, custeado principalmente pelo prêmio da Open Society Institute da George Soros's Documentary Foundation e pelo New York State Council on the Arts.
"Odo Ya!" já foi exibido com sucesso em vários países, entre eles EUA, França, Israel e África do Sul. No Brasil, foi exibido apenas uma vez durante o 5º Festival de Internacional de Cinema Étnico em São Paulo.


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