São Paulo, quinta-feira, 18 de março de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Filme registra a empolgação cultural em Londres nos anos 60

Documentário de Peter Whitehead será exibido no festival In-Edit, em SP

THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL

A Londres dos anos 1960 era "o" local para se estar. Beatles, Stones, as lojas da Carnaby Street, Twiggy como ícone fa-shion, parecia que tudo de interessante ocorria na cidade inglesa. Esse período foi registrado em "Tonite Let's All Make Love in London", documentário de Peter Whitehead.
O filme de 1967 ganha exibição dentro do festival In-Edit, que acontece entre hoje e o próximo dia 28 em diversos cinemas de São Paulo -depois a mostra segue para o Rio.
"Tonite Let's All..." é um dos três longas do inglês Whitehead escolhidos pelo evento; os outros são "The Peter Whitehead Pop Promos" (com Mick Jagger, Hendrix e outros) e "Led Zeppelin Live at the Royal Albert Hall" (sobre um show da banda em 1970) -veja mais destaques do festival no quadro ao lado.
"O meu filme mostra toda a excitação que havia em Londres na época, mas revela também que era um período muito duro", conta Whitehead, 73. "A Londres dos anos 1960 também era dark, sinistra, perigosa. Havia guerras e os jovens protestavam contra. Mas a música e a moda transformaram aqueles anos em algo cool."
Se hoje Whitehead passa o tempo escrevendo romances e contos, nos anos 1960/1970 ele era considerado um dos principais documentaristas da época.
Herdeiro do "cinéma vérité" do americano D.A. Pennebaker, Whitehead abordava com sua câmera tanto o universo pop quanto as revoluções comportamentais e sociais da época.
"A única razão para os meus filmes terem sobrevivido é que as grandes questões que estávamos lidando naqueles anos, como o imperialismo americano, as guerras, a contracultura, não mudaram. Ainda enfrentamos os mesmos problemas. Estávamos bravos com os Estados Unidos nos anos 1960 e estamos bravos com eles hoje."

Antonioni
Para muitos, "Tonite Let's All..." é irmão de "Blow Up", de Antonioni. "Antonioni era um poeta e tinha uma atitude ambivalente em relação a como a mídia retratava os anos 60. Ele filmava o visível e o invisível. Eu ficava apenas com o visível, porque registrava uma época."


IN-EDIT

Quando: de hoje a 28/3
Onde: MIS; Cine Olido; Cinesesc; Belas Artes; Matilha Cultural; Auditório Ibirapuera; Instituto Cervantes
Quanto: R$ 1 a R$ 12
Informações: http://in-edit-brasil.com/2010




Texto Anterior: Depois de "despedida", B.B. King volta ao Brasil
Próximo Texto: Paralela terá obras de cem artistas
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.