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Filme registra a empolgação cultural em Londres nos anos 60
Documentário de Peter Whitehead será exibido no festival In-Edit, em SP
THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL
A Londres dos anos 1960 era
"o" local para se estar. Beatles,
Stones, as lojas da Carnaby
Street, Twiggy como ícone fa-shion, parecia que tudo de interessante ocorria na cidade inglesa. Esse período foi registrado em "Tonite Let's All Make
Love in London", documentário de Peter Whitehead.
O filme de 1967 ganha exibição dentro do festival In-Edit,
que acontece entre hoje e o
próximo dia 28 em diversos cinemas de São Paulo -depois a
mostra segue para o Rio.
"Tonite Let's All..." é um dos
três longas do inglês Whitehead escolhidos pelo evento; os
outros são "The Peter Whitehead Pop Promos" (com Mick
Jagger, Hendrix e outros) e
"Led Zeppelin Live at the Royal
Albert Hall" (sobre um show da
banda em 1970) -veja mais
destaques do festival no quadro
ao lado.
"O meu filme mostra toda a
excitação que havia em Londres na época, mas revela também que era um período muito
duro", conta Whitehead, 73. "A
Londres dos anos 1960 também era dark, sinistra, perigosa. Havia guerras e os jovens
protestavam contra. Mas a música e a moda transformaram
aqueles anos em algo cool."
Se hoje Whitehead passa o
tempo escrevendo romances e
contos, nos anos 1960/1970 ele
era considerado um dos principais documentaristas da época.
Herdeiro do "cinéma vérité" do
americano D.A. Pennebaker,
Whitehead abordava com sua
câmera tanto o universo pop
quanto as revoluções comportamentais e sociais da época.
"A única razão para os meus
filmes terem sobrevivido é que
as grandes questões que estávamos lidando naqueles anos, como o imperialismo americano,
as guerras, a contracultura, não
mudaram. Ainda enfrentamos
os mesmos problemas. Estávamos bravos com os Estados
Unidos nos anos 1960 e estamos bravos com eles hoje."
Antonioni
Para muitos, "Tonite Let's
All..." é irmão de "Blow Up", de
Antonioni. "Antonioni era um
poeta e tinha uma atitude ambivalente em relação a como a
mídia retratava os anos 60. Ele
filmava o visível e o invisível.
Eu ficava apenas com o visível,
porque registrava uma época."
IN-EDIT
Quando: de hoje a 28/3
Onde: MIS; Cine Olido; Cinesesc; Belas Artes; Matilha Cultural; Auditório Ibirapuera; Instituto Cervantes
Quanto: R$ 1 a R$ 12
Informações: http://in-edit-brasil.com/2010
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