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"O APANHADOR DE SONHOS"
Terror baseado em King é de pobreza assustadora
PEDRO BUTCHER
CRÍTICO DA FOLHA
"O Apanhador de Sonhos" prometia combinar a imaginação fértil do escritor
Stephen King com o talento do cineasta Lawrence Kasdan, mas a
promessa degringolou num filme
nulo em que a mistura de paranormalidade, alienígenas, horror
"gore" (banhado a sangue e tripas) e um suposto humor adolescente (com flatulência e arrotos)
desanda por completo.
Como em "Sinais" (de M. Night
Shyamalan), uma série de fatos
aparentemente sem relação se revela como forma de defesa para
uma invasão de extraterrestres
horríveis, que, como em "Alien"
(Ridley Scott), usam o abdômen
humano para fins reprodutivos.
Enquanto o Exército americano
não consegue solucionar o problema, sob a liderança de um general psicótico, um grupo de quatro amigos capazes de ler pensamentos se revela a verdadeira arma para derrotar os ETs.
Kasdan até oferece sinais de
bom cinema ao criar uma atmosfera rica em detalhes, esbranquiçada pela neve e com (belos) planos aéreos. Nada muito original,
mas tem impacto. Rapidamente
essa estética de aparência classuda é substituída pela vulgaridade
de lesmas dentadas que se alimentam de tripas humanas.
Kasdan poderia estar brincando
com gêneros, como fez com o faroeste ("Silverado") e o filme noir
("Corpos Ardentes"), mas não se
engane: "O Apanhador de Sonhos" não é brincadeira. É apenas
um filme de pobreza assustadora.
O Apanhador de Sonhos
Dreamcatcher
Produção: EUA, 2003
Direção: Lawrence Kasdan
Com: Morgan Freeman e Jason Lee
Quando: a partir de hoje nos cines
Ipiranga, Jardim Sul e circuito
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