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Trio mostra de funk a axé music
ALEXANDRE MATIAS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Como um apêndice de um festival sem personalidade, o palco alternativo em forma de trio elétrico foi como o Skol Beats conseguiu fingir que, fora os mesmos
DJs de sempre, o país estava sendo contemplado no elenco. Não
por acaso, algumas das melhores
apresentações aconteceram ali.
Começou com o DJ Dolores,
que enfileirou, em sua procura
pela batida perfeita do terceiro
mundo, afro beat, bhangra, zouk,
forró e funk carioca. O auge de
sua apresentação aconteceu com
o carismático Mr. Catra, o Tim
Maia do pancadão, que puxava o
coro de hits do underground, como "Rap do Simpático" e "Cadê o
Isqueiro?", como se essas músicas
tocassem no rádio.
Outro grande feito foi a apresentação do brasiliense Nego Moçambique. Se fundir funk setentão, electro, tecno e groove brasileiro parece indigesto em teoria, o
DJ tira onda como se fosse a coisa
mais natural do mundo. Chamou
Gerson King Combo, carbono de
James Brown, para seu lado, mas
nem precisava -um sample funcionaria tão bem. O produtor
candango está entre os melhores
do Brasil, sem dificuldade.
Neste quesito ("melhores do
Brasil"), o mineiro Robinho segurou bem as pontas para o elemento inusitado da noite. Visivelmente nervoso, o vocalista do Jota
Quest, Rogério Flausino, entrou
com vocal distorcido balbuciando frases em inglês em referência
a hits anônimos do passado, como "People Are Still Having Sex"
e "Suite Number 5". Mas não fez
feio, como certa curiosidade mórbida fazia supor.
Carlinhos Brown fez o que sabe
fazer melhor: axé music -o DJ
Dero era um detalhe. E quem passasse pelo festival sem saber poderia imaginar que uma micareta havia errado o caminho para casa.
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