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ARTES PLÁSTICAS
Exposição de artista inglês faz público de sábado, dia em que a mostra é gratuita, chegar a 3.000 pessoas
Henry Moore triplica público sabadeiro na Pinacoteca
GUSTAVO FIORATTI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Como já esperava a direção da
Pinacoteca do Estado, a abertura
da exposição de Henry Moore fez
com que a visitação ao museu aumentasse durante o fim de semana. Especialmente no sábado,
quando a entrada é gratuita.
O número de visitantes deste sábado quase triplicou em relação
ao sábado passado: foram 3.010
pessoas, contra os 1.050 da semana anterior
A alta visitação, porém, não
comprometeu o sossego no ambiente de exposição. As peças do
escultor britânico estão bem espalhadas por todo o primeiro andar
do edifício -e em nenhum momento houve formação de filas na
porta do museu. "Até consegui
parar meu carro no estacionamento. Está bem agradável. Dá
para ver as peças sem nenhum
problema", disse o professor de
artes José Milton Turcato, 45.
A mostra de Moore foi o motivo
de visita alegado por todos os visitantes entrevistados, exceto pelo
agente de turismo Luciano Machado, que chegou completamente desavisado, mas acabou entrando de cabeça no clima: "Isso
parece um labirinto inca", disse,
sobre um modelo em gesso, antes
de ver que o nome da peça era
"Cidade de Pedra" -e sem saber
que muitas das peças de Moore
remetem à arte pré-colombiana.
As curvas e os espaços vazios
criados pelas esculturas do artista
britânico eram citados a todo o
momento, inclusive pelas crianças. "São as marcas do trabalho
dele", disse o monitor da Pinacoteca e artista plástico Diogo de
Moraes, 22. "Também são muito
freqüentes perguntas sobre o por
quê das figuras reclinadas e sobre
os temas da maternidade e da figura feminina."
Como explicou Moraes a muitos de seus ouvintes, as figuras reclinadas das esculturas e das gravuras de Moore, em posição horizontal e quase sempre apoiadas
pelo braço, sintetizam um dos
principais esforços do artista: o de
transformar as formas do corpo
humano em elemento paisagístico, lembrando a figura de montanhas, pedras, ou até mesmo ossos
em tamanhos gigantes.
As esculturas (117 peças) decerto foram o principal atrativo da
mostra, roubando a atenção de
um grupo numeroso de desenhos
(72) e gravuras (50). "Com certeza
as esculturas chamam mais a
atenção. Os trabalhos bidimensionais a gente pode ver num livro, numa revista", disse a operadora de telemarketing Thaís Vieira, 18, que se deteve brevemente
em frente à litogravura "Dezessete Figuras Reclinadas com Fundo
Arquitetônico", de 1963.
"Esses desenhos são importantes", defende Moraes. "Nos mais
antigos [de 1920 e 1930], muitos
deles baseados em ossos que
Moore colecionava, há estudos
que deram origem a algumas das
esculturas", completa. Pelas décadas seguintes, o plano bidimensional ganha independência na
obra do escultor e deixa de ser tratado como estudo.
No octógono central do museu,
ocupado pelas peças de dimensões maiores, muita gente parava
para tirar foto. Com a permissão
dos seguranças, que trabalharam
principalmente para evitar que o
público infantil tocasse nas obras
e para proibir anotações em cadernetas e bloquinhos, o que foi
motivo de reclamação por parte
de vários estudantes.
Henry Moore - Uma Retrospectiva/Brasil 2005
Curadoria: Anita Feldman Bennet e David Mitchinson
Quando: de ter. a dom., das 10h às 18h; até 12/6
Onde: Pinacoteca do Estado (praça da Luz, 2, tel. 0/xx/11/ 3229-9844)
Quanto: R$ 4 (grátis aos sábados) Patrocínio: Bradesco
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