São Paulo, quarta-feira, 18 de abril de 2007

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Feira aposta no mercado de arte

Com mais galerias que no ano passado, terceira edição da SP Arte tem abertura hoje para convidados

Ciclo de debates, lançamento de livros e mostra de vídeos complementam a programação do evento


GABRIELA LONGMAN
DA REPORTAGEM LOCAL

Mesmo que filósofos e historiadores se preocupem insistentemente o conceito de "arte", nesta semana só há uma definição em voga na cidade: arte é mercado. De hoje a domingo, a terceira edição da SP Arte reúne 59 galerias no Pavilhão da Bienal, em um evento que, pouco a pouco, ganha maior dimensão. São cinco dias de contato com público e comercialização de obras, permeados por debates, lançamento de livros e mostra de vídeos.
Com nove galerias a mais do que em sua última edição -18 a mais do que em seu surgimento, em 2005-, o evento passa a ocupar também o mezanino do prédio. O número de expositores estrangeiros também cresceu: são seis neste ano, vindos da Argentina (GC Estudio de Arte), Chile (Galería de Arte Isabel Aninat), França (Galerie Sycomore), Espanha (Galería Luis Adelantado), Portugal (Galeria Mário Sequeira) e Uruguai (Galería Sur).
"A abertura de novas galerias, o número crescente de obras brasileiras valorizadas no exterior e a consolidação dos clubes de fotografia e gravura nos museus revelam um crescimento do mercado de arte nos últimos anos", diz a diretora da feira, Fernanda Feitosa.
Formada em direito e colecionadora de arte há dez anos, foi Feitosa quem, em 2004, vislumbrou a possibilidade de reunir galerias sob um mesmo teto em São Paulo. Inspirada pela ArteBA (feira em Buenos Aires) e pela Art Basel, na Suíça, consultou galerias "amigas" sobre a possibilidade de uma versão paulistana. A primeira edição surgiu já no ano de 2005.

Atividades paralelas
Com o intuito de conferir ao evento um caráter também de reflexão, um ciclo de debates (qui. e sex., às 17h30; sáb. e dom., às 16h30) discute "A arte e os poderes da imagem", "Afinal, o que é o mercado de arte no Brasil?", entre outros temas, com críticos (Tadeu Chiarelli e Ronaldo Brito, entre outros), galeristas (André Millan) e artistas (Dudi Maria Rosa, Carlos Vergara, entre outros).
Algumas galerias prepararam estandes "especiais", caso da Brito Cimino, que reservou um especialmente para as obras das artistas Regina Silveira e Rochelle Costi. A galeria carioca H.A.P. também construiu um segundo espaço para desenhos do brasileiro Nelson Felix. Com curadoria de Jacopo Crivelli Visconti, a mostra de vídeo apresenta obras de Oscar Muñoz, Adrian Paci e John Wood, entre outros, divididas em três programas. (veja programação completa no site da feira www.sp-arte.com).
O mercado editorial de arte acompanha o movimento: Raul Mourão, Marcos Chaves e Anna Bella Geiger têm suas obras revistas em novas publicações da Casa da Palavra. Já o estande da editora Cosacnaify promete 20% de desconto sobre todo o catálogo.
Em fascículo especial editado pela feira, colecionadores e especialistas dão dicas para quem busca começar uma coleção. Para passear em meio às mais de 10 mil obras que estarão expostas, fica na memória a receita do colecionador Gilberto Chateaubriand para jovens compradores: "Que tenha faro e uma boa conta bancária".


SP ARTE
Quando:
abertura hoje, das 19h às 23h (somente para convidados); qui. e sex., das 14h às 22h; sáb. e dom., das 12h às 21h
Onde: Pavilhão da Bienal (parque Ibirapuera, av. Pedro Álvares Cabral, s/ nš, portão 3, tel. 0/xx/11/3032-7576)
Quanto: R$ 20


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