DIEGO ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL

Há mais semelhanças entre uma camiseta dos Sex Pistols e um vestido vitoriano do que sonha a nossa vã filosofia pop. Quem costura os dois é Vivienne Westwood, 63, mais conhecida como a mulher que "vestiu" o punk inglês no início da década de 70.
Alvo de documentário exibido hoje, às 21h30, no Eurochannel, Westwood nasceu Vivienne Isabel Swire e, até começar a namorar Malcom McLaren, empresário dos Sex Pistols, jamais havia pensado em trilhar o caminho da moda -na rua ou nas passarelas.
Foi McLaren quem a arrastou para a Let It Rock (depois Sex, depois Seductionaires...) e, dos alfinetes e colagens que ajudaram a definir o visual punk naquela época, foi um pulinho para as coleções inspiradas em piratas, artistas plásticos e nos luxuosos trajes femininos da velha Inglaterra.
"O que faço é questionar tudo. Isso é subversão. Minhas roupas são proposições físicas desses questionamentos", declara Westwood no programa.
Nas mãos da estilista, o passado ganha contorno sexy, em coleções como Vive La Cocotte, Vive La Bagatelle ou La Belle Helène, apresentadas todas durante a década de 1990.
Mais do que a temática histórica, as peças de Westwood vêm se tornando, literalmente, peças de colecionador. Durante o programa, são exibidas camisetas e gravatas criadas por ela na década de 70, que agora ganharam moldura e foram parar na parede de galerias de arte e de fãs da estilista, como o músico Boy George e o rolling stone Mick Jagger -que também comparecem em depoimentos no documentário.
Das ruas de East London, Westwood é hoje louvada como a "rainha" da costura inglesa, primeira homenageada do Möet & Chandon Fashion Tribute e, ainda neste ano, tem retrospectiva de suas coleções no não menos histórico Victoria and Albert Museum.
Deus salve a rainha!, cantariam os Pistols...