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COMIDA
Qual é a fruta?
Importadas há mais
de dez anos, frutas
como a feijoa e a
pitahaya ainda são
ignoradas; conheça
a origem delas, o que
lembra o gosto de
cada uma e como
consumi-las
JANAINA FIDALGO
DA REPORTAGEM LOCAL
Os formatos estão longe de serem comuns; as cascas têm cores
intensas e diferentes, as texturas
nem sempre são atraentes e os nomes são para lá de esquisitos: curuba, feijoa, granadilla, kiwano,
mangostin, physalis, pitahaya,
rambutan, sapota, tamarillo... Você sabe distinguir qual é qual e
que gosto elas têm?
Com todas essas particularidades, e também por serem bem
mais caras que as triviais bananas
e laranjas, as frutas exóticas permanecem desconhecidas pela
maioria dos consumidores. Até
mesmo no cardápio dos restaurantes, a presença dessas frutas
ainda é tímida. Quando muito,
são usadas na decoração de pratos, na elaboração de drinques
(veja receita abaixo) ou como ingrediente de fondues de chocolate, como acontece com a physalis.
Pois aproveite a presença dessas
frutas estarem cada vez mais presentes nos mercados e nas feiras
para desvendar o sabor e a identidade dessas frutas.
Importadas há mais de dez anos
principalmente da Colômbia, algumas já estão sendo produzidas
no Brasil, caso do kiwano -registrado por um produtor de Campo
Redondo (SC) como kino-, da
pitahaya vermelha, plantada em
São José do Rio Preto (SP), da feijoa, bem adaptada em São Joaquim (SC), e do mangostin e do
rambutan, ambos cultivados no
interior da Bahia (veja ao lado).
"Foi minha mulher quem insistiu para eu começar a trazer essas
frutas. Quem as planta é o mesmo
produtor das rosas que compramos da Colômbia", conta o empresário Paulo de Castro, 46, da
Pot Full, que também importa variedades incomuns de flor. "Em
relação a quando começamos, a
demanda aumentou mais de
100%. Hoje em dia as frutas já são
mais conhecidas, mas ainda têm
um consumo limitado em razão
do preço."
Em mercados sofisticados, como a Casa Santa Luzia, nos Jardins, as frutas exóticas têm até
uma prateleira própria. Não só as
estantes mas também os preços
são especiais. A mais cara delas é a
pitahaya amarela: R$ 66,80 o quilo -talvez por isso seja vendida
sozinha em uma bandeja. A
physalis é a segunda mais cara no
mercado paulistano: o quilo sai
por R$ 60. É vendida em cestinhas
com cerca de 100 g. Tão custosa
quanto é a granadilla: custa R$ 54
o quilo. O mais em conta é o kinu:
R$ 10,50 o quilo.
Com variedade menor, as lojas
da Pão de Açúcar também têm
uma linha de exóticas. Lá, diferentemente da Santa Luzia, as frutas são vendidas por unidade. A
pitahaya amarela, por exemplo,
sai por R$ 8,30; a granadilla, R$
2,35; o mangostin, R$ 4,20 e a cestinha de physalis, R$ 5. Outra
grande rede que comercializa esses produtos é o Carrefour.
Sem gôndolas refrigeradas nem
cestinhas de vime enfeitadas, o
Mercado Municipal de São Paulo
é a melhor porta de entrada para
este mundo das frutas exóticas.
Além de vendê-las a granel, respeitando as possibilidades financeiras de cada freguês, as barracas
do Mercadão ainda promovem
sessões de degustação gratuita da
maioria das frutas que vendem.
Não poderia haver melhor estratégia de marketing: duro, depois
de prová-las, é voltar para casa
sem comprar uma que seja.
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