São Paulo, quinta-feira, 18 de maio de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

COMIDA

Qual é a fruta?

Importadas há mais de dez anos, frutas como a feijoa e a pitahaya ainda são ignoradas; conheça a origem delas, o que lembra o gosto de cada uma e como consumi-las

JANAINA FIDALGO
DA REPORTAGEM LOCAL

Os formatos estão longe de serem comuns; as cascas têm cores intensas e diferentes, as texturas nem sempre são atraentes e os nomes são para lá de esquisitos: curuba, feijoa, granadilla, kiwano, mangostin, physalis, pitahaya, rambutan, sapota, tamarillo... Você sabe distinguir qual é qual e que gosto elas têm?
Com todas essas particularidades, e também por serem bem mais caras que as triviais bananas e laranjas, as frutas exóticas permanecem desconhecidas pela maioria dos consumidores. Até mesmo no cardápio dos restaurantes, a presença dessas frutas ainda é tímida. Quando muito, são usadas na decoração de pratos, na elaboração de drinques (veja receita abaixo) ou como ingrediente de fondues de chocolate, como acontece com a physalis.
Pois aproveite a presença dessas frutas estarem cada vez mais presentes nos mercados e nas feiras para desvendar o sabor e a identidade dessas frutas.
Importadas há mais de dez anos principalmente da Colômbia, algumas já estão sendo produzidas no Brasil, caso do kiwano -registrado por um produtor de Campo Redondo (SC) como kino-, da pitahaya vermelha, plantada em São José do Rio Preto (SP), da feijoa, bem adaptada em São Joaquim (SC), e do mangostin e do rambutan, ambos cultivados no interior da Bahia (veja ao lado).
"Foi minha mulher quem insistiu para eu começar a trazer essas frutas. Quem as planta é o mesmo produtor das rosas que compramos da Colômbia", conta o empresário Paulo de Castro, 46, da Pot Full, que também importa variedades incomuns de flor. "Em relação a quando começamos, a demanda aumentou mais de 100%. Hoje em dia as frutas já são mais conhecidas, mas ainda têm um consumo limitado em razão do preço."
Em mercados sofisticados, como a Casa Santa Luzia, nos Jardins, as frutas exóticas têm até uma prateleira própria. Não só as estantes mas também os preços são especiais. A mais cara delas é a pitahaya amarela: R$ 66,80 o quilo -talvez por isso seja vendida sozinha em uma bandeja. A physalis é a segunda mais cara no mercado paulistano: o quilo sai por R$ 60. É vendida em cestinhas com cerca de 100 g. Tão custosa quanto é a granadilla: custa R$ 54 o quilo. O mais em conta é o kinu: R$ 10,50 o quilo.
Com variedade menor, as lojas da Pão de Açúcar também têm uma linha de exóticas. Lá, diferentemente da Santa Luzia, as frutas são vendidas por unidade. A pitahaya amarela, por exemplo, sai por R$ 8,30; a granadilla, R$ 2,35; o mangostin, R$ 4,20 e a cestinha de physalis, R$ 5. Outra grande rede que comercializa esses produtos é o Carrefour.
Sem gôndolas refrigeradas nem cestinhas de vime enfeitadas, o Mercado Municipal de São Paulo é a melhor porta de entrada para este mundo das frutas exóticas. Além de vendê-las a granel, respeitando as possibilidades financeiras de cada freguês, as barracas do Mercadão ainda promovem sessões de degustação gratuita da maioria das frutas que vendem. Não poderia haver melhor estratégia de marketing: duro, depois de prová-las, é voltar para casa sem comprar uma que seja.


Texto Anterior: Música: Pagodinho sacode Prêmio Multishow
Próximo Texto: Comida: Gardênia faz ode ao cordeiro
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.