São Paulo, quinta-feira, 18 de maio de 2006

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COMIDA

Gardênia faz ode ao cordeiro

JOSIMAR MELO
CRÍTICO DA FOLHA

O lugar, mesmo sob os antigos proprietários (na época chamava-se Café Gardênia), já tinha seu charme. Fica nas bordas de Pinheiros, a dez passos da Fnac, e dá de frente para uma pracinha, sobre a qual se debruça a vista das mesas que ficam no terracinho. Antes era terreno da cozinha italiana, mas desde o ano passado, quando passou a chamar-se apenas Gardênia, mudou completamente seu foco.
A mudança foi operada por uma jovem chef de cozinha, a paulistana Marina Moraes, 23. Ela desde pequena cozinhava em casa e, ao crescer, resolveu estudar gastronomia. Depois do curso, estágios: em Nova York, em São Paulo (em locais da qualidade do Pomodori, Di Bistrot e D.O.M.). O fato de seu pai ter negócios na área de restaurantes, e ainda por cima criar carneiros, foi definindo a aventura de abrir um restaurante próprio, que se concretizou com a compra do antigo café.
Uma grande reforma mudou bem a cara do ponto e lhe deu um ar ainda mais informal. O cardápio perdeu sotaques nacionais e ganhou uma curiosa especialidade: os pratos de cordeiro, ingrediente com que a chef já tinha familiaridade e com o qual particularmente gosta de trabalhar.
Há uma seção do cardápio dedicada a ele, incluindo entradas como um suculento minihamburguer de cordeiro ao molho de pimenta e croquetes (meio ressecados) servidos com chutney de manga.
É nessa seção também que fica o prato de resistência da casa: a paleta de cordeiro assada, com a carne tenra e saborosa (temperada com vinho branco e ervas), servida com glacê de cordeiro. Para ela, podem-se pedir acompanhamentos como a batata crocante com casca e alecrim ou a polenta com espinafre. A peça dá para umas três pessoas.
Fora dos clássicos, o cardápio de cordeiros oferece também variações como o cordeiro indiano (cozido com curry e legumes e servido com cuscuz de limão e molho de iogurte); e o lombo de cordeiro ao Porto (com canela e cuscuz com favas verdes).
Mas o cardápio vai além, sugerindo pratos mais ou menos familiares ao público e de diversas origens. Por exemplo, filé mignon ao molho de pimenta ou de mostarda; salmão em papillote e um arrumadinho brasileiro, de carne-seca desfiada (e bem seca e bem salgada) com couve, farofa de banana e quibebe de abóbora. Como sobremesa, iscas para larica como crème brûlée de nutella e trio de brigadeiros. Para acompanhar tudo, a caipirinha pode ser feita com boas cachaças, os vinhos podem ser escolhidos numa carta curta, mas variada e, no final, pode-se vislumbrar um bom futuro para a nova fase do Gardênia e sua jovem chef.

@ - josimar@basilico.com.br


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