São Paulo, quarta-feira, 18 de maio de 2011

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"Meus filhos vão sentir orgulho" diz Pitt

Ator afirma que trabalhar ao lado do diretor Terrence Malick em "A Árvore da Vida" foi "experiência única"

Cineasta transformou quarteirão de pequena cidade do Texas (EUA) em ambiente de imersão nos anos de 1950

Yves Herman/Reuters
Brad Pitt com a mulher, Angelina Jolie, em Cannes

DA ENVIADA A CANNES

Em "A Árvore da Vida", Brad Pitt não sorri. Para viver M. O'Brien, o pai autoritário que ensina os filhos a amar o trabalho e a respeitar as leis de Deus, o ator teve de enrijecer as expressões corporais e aprender a rezar.
"Hoje, quando faço um filme, penso no quanto, no futuro, meus filhos vão poder olhar para o que eu fiz e sentir orgulho. Deste filme, acho que eles vão se orgulhar", diz o ator, pai de seis filhos.
Em "A Árvore da Vida", o diretor norte-americano Terrence Malick radicaliza suas experiências anteriores.

DESCOLAMENTO
O cineasta enche a tela com tomadas da natureza e imagens que remetem à criação do universo e vai fundo na religiosidade dos personagens, uma família do interior do Texas que tem de lidar com a morte de um filho.
Quase todas as cenas foram rodadas numa pequena cidade texana.
Malick transformou todo um quarteirão numa cidade dos anos 1950 para descolar os atores de suas vidas reais.
"Ele nos deixava com o figurino e nos mandava trabalhar de acordo com o nosso humor", conta Pitt.
Em alguns dos dias, não havia nem diálogos para decorar. "Íamos dormir sem ter ideia do dia seguinte."

UM SET RARO
Pitt já esteve à frente da câmera de David Fincher ("O Curioso Caso de Benjamim Button"), Alejandro Gonzales Iñarritu ("Babel"), Quentin Tarantino ("Bastardos Inglórios") e Joel e Ethan Coen ("Queime Depois de Ler").
Diz, porém, ter vivido algo único com Malick, o diretor que, após o cult "Cinzas do Paraíso" (1979), passou 19 anos longe do cinema.
"Com ele, eu me colocava novas questões todos os dias. Ele tem esse amor por Deus e pela natureza, mas também pela ciência", define Pitt.
"Nos outros filmes, tem sempre centenas de pessoas, geradores... Com o Terry, não. Ele espera que um momento único surja à frente de sua câmera."
"Espero agora que o filme consiga caminhar", diz, referindo-se ao lançamento que se segue a Cannes - no Brasil, deve estrear em junho.
Como foi também o produtor do filme, está preocupado com aspectos comerciais.
O pacto com Malick seria fruto de uma maior consciência sua do que significa fazer cinema?
"Não acho que tenha me tornado mais consciente. Acho que fiquei mais aventureiro", responde, sorrindo.
(ANA PAULA SOUSA)


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