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CRÍTICA
Produção é ambiciosa em sua simplicidade
SÉRGIO DÁVILA
DA REPORTAGEM LOCAL
Primeiro, é preciso fazer a
louvação, já que os críticos
somos useiros e vezeiros em reclamar do assunto: o título em
português é muito bom, um dos
melhores trocadilhos já feitos nessas complicadas artes de versão
brasileira de títulos originais.
Porque "Por um Fio", "Phone
Booth" (cabine telefônica) no original, filme de Joel Schumacher, é
isso mesmo: a breve história de
um sujeito (Colin Farrell) cuja vida está por um fio enquanto ele
mesmo está por um fio, ao telefone. O projeto é tão simples quanto
ambicioso: um filme com apenas
um cenário numa Hollywood cada vez menos afeita a novidades.
Stuart "Stu" Shepard (Farrell) é
um relações-públicas de poucos
escrúpulos que segue sua rotina,
falar com a amante em potencial
em uma cabine telefônica de Nova York. Enquanto se prepara para entrar, atende por acaso o telefone público. É o último erro de
uma vida pontuada por eles.
Do outro lado está um psicopata (Kiefer Sutherland, ótimo), escondido, que o tem sob a mira de
um fuzil e ameaça matá-lo caso
este não faça o que ele quer. E o
que quer é que Stu limpe a consciência, se reconcilie com o mundo, seja honesto com a mulher.
O filme se desenrola da negociação entre o franco-atirador e o assessor e entre este e o policial (Forest Whitaker) chamado depois
que um cafetão é morto como sinal de que o psicopata não blefa.
Não é exagero dizer que o franco-atirador seria uma mistura entre a consciência de Stu e Deus,
mas um deus norte-americano,
violento, vingador, cruel e perverso. É da força desse personagem
misterioso que ninguém vê que
vem a força do próprio filme.
Por um Fio
Phone Booth
Produção: EUA, 2002
Direção: Joel Schumacher
Com: Colin Farrell, Kiefer Sutherland,
Forest Whitaker, Katie Holmes
Quando: a partir de amanhã
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