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São Paulo, quarta-feira, 18 de junho de 2003

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CRÍTICA

Produção é ambiciosa em sua simplicidade

SÉRGIO DÁVILA
DA REPORTAGEM LOCAL

Primeiro, é preciso fazer a louvação, já que os críticos somos useiros e vezeiros em reclamar do assunto: o título em português é muito bom, um dos melhores trocadilhos já feitos nessas complicadas artes de versão brasileira de títulos originais.
Porque "Por um Fio", "Phone Booth" (cabine telefônica) no original, filme de Joel Schumacher, é isso mesmo: a breve história de um sujeito (Colin Farrell) cuja vida está por um fio enquanto ele mesmo está por um fio, ao telefone. O projeto é tão simples quanto ambicioso: um filme com apenas um cenário numa Hollywood cada vez menos afeita a novidades.
Stuart "Stu" Shepard (Farrell) é um relações-públicas de poucos escrúpulos que segue sua rotina, falar com a amante em potencial em uma cabine telefônica de Nova York. Enquanto se prepara para entrar, atende por acaso o telefone público. É o último erro de uma vida pontuada por eles.
Do outro lado está um psicopata (Kiefer Sutherland, ótimo), escondido, que o tem sob a mira de um fuzil e ameaça matá-lo caso este não faça o que ele quer. E o que quer é que Stu limpe a consciência, se reconcilie com o mundo, seja honesto com a mulher.
O filme se desenrola da negociação entre o franco-atirador e o assessor e entre este e o policial (Forest Whitaker) chamado depois que um cafetão é morto como sinal de que o psicopata não blefa.
Não é exagero dizer que o franco-atirador seria uma mistura entre a consciência de Stu e Deus, mas um deus norte-americano, violento, vingador, cruel e perverso. É da força desse personagem misterioso que ninguém vê que vem a força do próprio filme.


Por um Fio
Phone Booth
   
Produção: EUA, 2002
Direção: Joel Schumacher
Com: Colin Farrell, Kiefer Sutherland, Forest Whitaker, Katie Holmes
Quando: a partir de amanhã



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