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Bussunda, 43, morre na Alemanha
O humorista do "Casseta & Planeta" sofreu uma parada cardíaca na manhã de ontem em Parsdorf, cidade próxima a Munique
Corpo do comediante da TV Globo será velado hoje a partir das 10h no ginásio do Clube do Flamengo, time do qual era torcedor fanático
PAULO SAMPAIO
ENVIADO ESPECIAL A MUNIQUE
Morreu ontem às 8h30
(3h30 no horário de Brasília)
em Munique, na Alemanha, depois de sofrer uma parada cardíaca, o comediante Claudio
Besserman Vianna, o Bussunda, que integrava o elenco do
programa "Casseta & Planeta,
Urgente!", da TV Globo.
Bussunda morreu no quarto
do hotel onde estava hospedado, em Parsdorf, cidade próxima a Munique, no momento
em que recebia atendimento de
paramédicos que também pernoitavam no local. Carioca, o
comediante completaria 44
anos no próximo dia 25. Era casado com a jornalista Angélica
Nascimento e tinha uma filha,
Julia, 13.
De acordo com outros três
cassetas que também estavam
na Alemanha para fazer programas especiais sobre a Copa
do Mundo, Bussunda teria começado a passar mal na véspera, durante uma "pelada" contra hóspedes americanos, no
campo de futebol do hotel.
"Ele se sentiu cansado e pediu para ficar no gol. O jogo não
durou meia hora, a gente acabou parando por causa dele",
conta Claudio Manoel, seu
amigo desde a adolescência.
Bussunda sofria de asma,
conta Manoel, mas mesmo assim acharam estranho ele ofegar para perfazer a distância
curta do campo até o hotel, menos de 100 m. "Ele nunca se
queixava de nada. Antes de entrar no hotel, coloquei a mão no
ombro dele e senti seu pescoço
frio. Perguntei se a gente não
deveria consultar um médico.
"Só quero dormir", ele disse".
Um pouco mais tarde, preocupados, os colegas ligaram para seu quarto, mas ele disse que
estava bem e repetiu que queria
dormir. Acordou cedo, por volta das 7h, e, na hora em que tomava café, sentiu-se mal.
"Ele disse que não precisava
do médico, mas aí o obrigamos
a se consultar", diz Manoel.
Por sorte, havia um grupo de
paramédicos hospedados no
mesmo hotel. "Eles não conseguiram salvá-lo, mas só o fato
de estarem ali na hora já tira o
enorme peso que a gente sentiria se não tivesse feito tudo o
que era possível", diz Hélio de
La Peña, outro casseta na Alemanha.
Acordados assim que Bussunda passou mal, os dois e Beto Silva, o terceiro da turma na
Alemanha, permaneceram na
porta do quarto 284, aguardando notícias boas -que nunca
chegaram.
"Todo mundo ali no corredor, aquela espera, e o tempo
passando", lembra Silva. "Não
sei como vai ser a volta para a
Redação sem o cara."
Bussunda cursou jornalismo
na Universidade Federal do Rio
de Janeiro (UFRJ) e fundou,
ainda antes de se formar, uma
revista chamada "A Casseta Popular", que misturava humor,
política e comportamento, e,
em 1992, originaria o programa
"Casseta & Planeta, Urgente!".
"Ele era o "band leader'", afirma
Manoel. "Não era uma liderança necessariamente hiperativa,
mas zen, bovina."
Velório
O corpo de Bussunda será velado na sede do Clube de Regatas do Flamengo, na Gávea (zona sul do Rio), a partir das 10h.
O presidente do clube, Márcio
Braga, decretou três dias de luto oficial pela morte do humorista. Flamenguista fanático,
Bussunda era sócio honorário
do clube e estava sempre presente aos jogos no Maracanã,
com a camisa rubro-negra.
O velório será feito no Ginásio Hélio Maurício. Segundo a
direção do clube, o corpo sairia
de Munique às 21h30 de ontem, com escala prevista em
São Paulo às 5h30.
Colaborou a SUCURSAL DO RIO
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