São Paulo, domingo, 18 de junho de 2006

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Bussunda, 43, morre na Alemanha

O humorista do "Casseta & Planeta" sofreu uma parada cardíaca na manhã de ontem em Parsdorf, cidade próxima a Munique

Corpo do comediante da TV Globo será velado hoje a partir das 10h no ginásio do Clube do Flamengo, time do qual era torcedor fanático

PAULO SAMPAIO
ENVIADO ESPECIAL A MUNIQUE

Morreu ontem às 8h30 (3h30 no horário de Brasília) em Munique, na Alemanha, depois de sofrer uma parada cardíaca, o comediante Claudio Besserman Vianna, o Bussunda, que integrava o elenco do programa "Casseta & Planeta, Urgente!", da TV Globo. Bussunda morreu no quarto do hotel onde estava hospedado, em Parsdorf, cidade próxima a Munique, no momento em que recebia atendimento de paramédicos que também pernoitavam no local. Carioca, o comediante completaria 44 anos no próximo dia 25. Era casado com a jornalista Angélica Nascimento e tinha uma filha, Julia, 13. De acordo com outros três cassetas que também estavam na Alemanha para fazer programas especiais sobre a Copa do Mundo, Bussunda teria começado a passar mal na véspera, durante uma "pelada" contra hóspedes americanos, no campo de futebol do hotel. "Ele se sentiu cansado e pediu para ficar no gol. O jogo não durou meia hora, a gente acabou parando por causa dele", conta Claudio Manoel, seu amigo desde a adolescência. Bussunda sofria de asma, conta Manoel, mas mesmo assim acharam estranho ele ofegar para perfazer a distância curta do campo até o hotel, menos de 100 m. "Ele nunca se queixava de nada. Antes de entrar no hotel, coloquei a mão no ombro dele e senti seu pescoço frio. Perguntei se a gente não deveria consultar um médico. "Só quero dormir", ele disse". Um pouco mais tarde, preocupados, os colegas ligaram para seu quarto, mas ele disse que estava bem e repetiu que queria dormir. Acordou cedo, por volta das 7h, e, na hora em que tomava café, sentiu-se mal. "Ele disse que não precisava do médico, mas aí o obrigamos a se consultar", diz Manoel. Por sorte, havia um grupo de paramédicos hospedados no mesmo hotel. "Eles não conseguiram salvá-lo, mas só o fato de estarem ali na hora já tira o enorme peso que a gente sentiria se não tivesse feito tudo o que era possível", diz Hélio de La Peña, outro casseta na Alemanha. Acordados assim que Bussunda passou mal, os dois e Beto Silva, o terceiro da turma na Alemanha, permaneceram na porta do quarto 284, aguardando notícias boas -que nunca chegaram. "Todo mundo ali no corredor, aquela espera, e o tempo passando", lembra Silva. "Não sei como vai ser a volta para a Redação sem o cara." Bussunda cursou jornalismo na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e fundou, ainda antes de se formar, uma revista chamada "A Casseta Popular", que misturava humor, política e comportamento, e, em 1992, originaria o programa "Casseta & Planeta, Urgente!". "Ele era o "band leader'", afirma Manoel. "Não era uma liderança necessariamente hiperativa, mas zen, bovina."

Velório
O corpo de Bussunda será velado na sede do Clube de Regatas do Flamengo, na Gávea (zona sul do Rio), a partir das 10h. O presidente do clube, Márcio Braga, decretou três dias de luto oficial pela morte do humorista. Flamenguista fanático, Bussunda era sócio honorário do clube e estava sempre presente aos jogos no Maracanã, com a camisa rubro-negra. O velório será feito no Ginásio Hélio Maurício. Segundo a direção do clube, o corpo sairia de Munique às 21h30 de ontem, com escala prevista em São Paulo às 5h30.


Colaborou a SUCURSAL DO RIO


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