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Sean Connery recebe o "Oscar dos Oscars"
Instituto de cinema americano premia ator escocês pelo conjunto de sua obra
Canal pago MGM exibe a cerimônia nos dias 25 e 26; evento em LA contou com participação de Steven Spielberg e Harrison Ford
TETÉ RIBEIRO
ENVIADA ESPECIAL A LOS ANGELES
Não, Sean Connery não chorou. O vencedor do prêmio pelo
conjunto da obra dado pelo
AFI, o instituto de cinema americano, recebeu sua homenagem com a graça que mostra
nos filmes, seu charme irresistível e sem se levar muito a sério, exatamente as qualidades
que fizeram dele a estrela que é.
O Kodak Theatre estava repleto de amigos e parceiros de
trabalho do escocês de 75 anos.
Foi a 34ª premiação do American Film Institute, que será
exibida no Brasil no próximo
dia 25 pelo canal pago MGM.
O premiado do ano passado
foi George Lucas. Em 2004,
Meryl Streep levou para casa a
estrela dourada apoiada em
uma caixa com uma placa do
AFI. Antes, Jack Nicholson,
Barbra Streisand, Martin Scorsese, Clint Eastwood, Fred Astaire, Jack Lemmon e Alfred
Hitchcock ganharam o troféu,
estabelecido em 1973 e que virou um "Oscar dos Oscars".
No último 8, o teatro estava
cheio de fotos gigantes do ator
em várias fases de sua carreira.
Novo, sem barba, com um dry
martini na mão e uma peruca
como James Bond (o ator ficou
calvo cedo e, em todos os filmes
do agente secreto, usou cabelo
postiço); de capacete de soldado ao lado de Michael Caine; de
bigode e cabelos loiros em "O
Homem das Lentes Mortais";
de padre franciscano em "O
Nome da Rosa"...
A noite começa com graça. O
comediante Mike Myers entra
vestido com o kilt que é o traje-símbolo da Escócia. Afirma que
Connery é seu ídolo e que foi
imitando o ator no papel de James Bond que teve a idéia para
o seu personagem mais famoso,
o agente Austin Powers.
Depois dele, uma senhora
bem conservada toma o palco.
É a atriz Tippi Hedren, 75, seu
par romântico em "Marnie
-°Confissões de uma Ladra", de
1964. Ela conta que, quando
Hitchcock a informou que seu
marido no filme seria Connery,
foi contra. "Como convencer
como frígida se meu marido for
interpretado pelo ator mais
sexy da atualidade?", indagou
ao diretor, que lhe respondeu:
"Isso se chama atuar, querida".
Spielberg conta que foi Connery como James Bond quem
ensinou aos americanos o que é
ser cool. "O dry martini é "a" bebida. O carro é o Aston Martin,
de preferência o modelo DB5."
E as mulheres são várias, mas
todas lindas e nada passivas.
Seu parceiro George Lucas se
desespera: "Sean Connery
anunciou que não vai mais fazer filmes. O que eu devo fazer
com o roteiro do quarto filme
da série "Indiana Jones", que estou tentando terminar? Impossível ter o Sean Connery em um
filme e ignorá-lo no seguinte".
Indiana Jones em pessoa, o
ator Harrison Ford é o último
convidado da noite. "Papai?",
brinca o ator, que é apenas 12
anos mais novo que Connery,
mas viveu seu filho em "Indiana Jones e a Última Cruzada"
(1989). É ele que entrega o prêmio ao homenageado. Connery
sobe ao palco dançando. E diz:
"Não tinha idéia de que isso era
tão importante". No seu breve
discurso, fala: "Fazer filmes é às
vezes uma utopia, outras vezes
é como carregar um monte de
merda ladeira acima".
Sean Connery continua sendo 100% Sean Connery.
A jornalista TETÉ RIBEIRO viajou a convite da
MGM
AFI LIFE ACHIVEMENT AWARD 2006: SEAN CONNERY
Quando: no dia 25, às 22h, e 26, às
18h10 e às 24h
Onde: no MGM
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