São Paulo, domingo, 18 de junho de 2006

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Sean Connery recebe o "Oscar dos Oscars"

Instituto de cinema americano premia ator escocês pelo conjunto de sua obra

Canal pago MGM exibe a cerimônia nos dias 25 e 26; evento em LA contou com participação de Steven Spielberg e Harrison Ford

TETÉ RIBEIRO
ENVIADA ESPECIAL A LOS ANGELES

Não, Sean Connery não chorou. O vencedor do prêmio pelo conjunto da obra dado pelo AFI, o instituto de cinema americano, recebeu sua homenagem com a graça que mostra nos filmes, seu charme irresistível e sem se levar muito a sério, exatamente as qualidades que fizeram dele a estrela que é. O Kodak Theatre estava repleto de amigos e parceiros de trabalho do escocês de 75 anos. Foi a 34ª premiação do American Film Institute, que será exibida no Brasil no próximo dia 25 pelo canal pago MGM. O premiado do ano passado foi George Lucas. Em 2004, Meryl Streep levou para casa a estrela dourada apoiada em uma caixa com uma placa do AFI. Antes, Jack Nicholson, Barbra Streisand, Martin Scorsese, Clint Eastwood, Fred Astaire, Jack Lemmon e Alfred Hitchcock ganharam o troféu, estabelecido em 1973 e que virou um "Oscar dos Oscars". No último 8, o teatro estava cheio de fotos gigantes do ator em várias fases de sua carreira. Novo, sem barba, com um dry martini na mão e uma peruca como James Bond (o ator ficou calvo cedo e, em todos os filmes do agente secreto, usou cabelo postiço); de capacete de soldado ao lado de Michael Caine; de bigode e cabelos loiros em "O Homem das Lentes Mortais"; de padre franciscano em "O Nome da Rosa"... A noite começa com graça. O comediante Mike Myers entra vestido com o kilt que é o traje-símbolo da Escócia. Afirma que Connery é seu ídolo e que foi imitando o ator no papel de James Bond que teve a idéia para o seu personagem mais famoso, o agente Austin Powers. Depois dele, uma senhora bem conservada toma o palco. É a atriz Tippi Hedren, 75, seu par romântico em "Marnie -°Confissões de uma Ladra", de 1964. Ela conta que, quando Hitchcock a informou que seu marido no filme seria Connery, foi contra. "Como convencer como frígida se meu marido for interpretado pelo ator mais sexy da atualidade?", indagou ao diretor, que lhe respondeu: "Isso se chama atuar, querida". Spielberg conta que foi Connery como James Bond quem ensinou aos americanos o que é ser cool. "O dry martini é "a" bebida. O carro é o Aston Martin, de preferência o modelo DB5." E as mulheres são várias, mas todas lindas e nada passivas. Seu parceiro George Lucas se desespera: "Sean Connery anunciou que não vai mais fazer filmes. O que eu devo fazer com o roteiro do quarto filme da série "Indiana Jones", que estou tentando terminar? Impossível ter o Sean Connery em um filme e ignorá-lo no seguinte". Indiana Jones em pessoa, o ator Harrison Ford é o último convidado da noite. "Papai?", brinca o ator, que é apenas 12 anos mais novo que Connery, mas viveu seu filho em "Indiana Jones e a Última Cruzada" (1989). É ele que entrega o prêmio ao homenageado. Connery sobe ao palco dançando. E diz: "Não tinha idéia de que isso era tão importante". No seu breve discurso, fala: "Fazer filmes é às vezes uma utopia, outras vezes é como carregar um monte de merda ladeira acima". Sean Connery continua sendo 100% Sean Connery.


A jornalista TETÉ RIBEIRO viajou a convite da MGM

AFI LIFE ACHIVEMENT AWARD 2006: SEAN CONNERY
Quando:
no dia 25, às 22h, e 26, às 18h10 e às 24h
Onde: no MGM


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