São Paulo, sexta-feira, 18 de junho de 2010

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Peça retrata caos da metrópole com humor

Grupo Tablado de Arruar deixa salas convencionais e dialoga com a realidade urbana

GABRIELA MELLÃO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Depois de três anos de trabalho em espaços convencionais, o Grupo Tablado de Arruar retoma o teatro de rua.
Da necessidade de o coletivo voltar a se comunicar mais diretamente com o público sobre a realidade urbana surgiu a peça "Helena Pede Perdão e É Esbofeteada".
O espetáculo -que estreia hoje na Praça da Liberdade e mistura telenovela com Bertolt Brecht- apresenta uma intervenção ao mesmo tempo política e melodramática, na qual os personagens destroem ideias, concepções estagnadas e todo tipo de objeto de uso cotidiano que encontram.
"Há na sociedade brasileira uma sensação angustiante de que a vida acontece como numa novela. As coisas vão sendo decididas e você só as vê passarem. A gente está muito passivo", afirma o dramaturgo do grupo Alexandre Dal Farra.
Em "Helena Pede Perdão e É Esbofeteada", a protagonista Helena e seu marido têm a casa invadida por uma dupla de ativistas políticos, que convence o casal a participar de suas ações pseudoterroristas. Armados de pistolas de cola, muletas, com pés e pescoços imobilizados, eles partem para a luta. A atuação do quarteto obviamente fracassa, mas a derrota é benéfica.
Além de retirar os personagens do estado de paralisia, tem também o poder de transformá-los. "A derrota de uma tentativa de ação já é política por mostrar que a mudança é possível", conta Dal Farra.

LINGUAGENS
O caos metropolitano é retratado com humor e expresso tanto no conteúdo como na forma do espetáculo.
O diretor João Otávio sobrepõe múltiplas linguagens, tais como performance, música, vídeo e teatro, dando peso similar a todas elas. As camadas oferecem diferentes opções de leitura aos espectadores, traduzindo a diversidade característica das metrópoles.
Oitenta quilos de carvão delimitam o espaço da cena num círculo, que ao longo do espetáculo se destrói. O material carbonizado se mistura aos destroços de televisão, celular e até pão francês espalhados pelo chão. Sugere uma realidade em ruínas que extrapola o universo ficcional.


HELENA PEDE PERDÃO E É ESBOFETEADA

QUANDO sex. e sáb., às 16h; até 31/7
ONDE pça. da Liberdade (sex.) e lgo. de Santa Cecília (sáb), tel. 0/ xx/11/7363-6226
QUANTO grátis
CLASSIFICAÇÃO 14 anos



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