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O editor e o engraxate
Brasileiro que
lustra sapatos em
Nova York inspira
livro de editor da
"Vanity Fair", que
deve virar filme
com Matt Damon
Gilberto Tadday/Folha Imagem
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O carioca Murilo Junior (esq.), conhecido como "Flamenguista", que inspirou o principal personagem de livro do editor Doug Stumpf (dir.), que é lançado nos Estados Unidos nesta semana
SÉRGIO DÁVILA
ENVIADO ESPECIAL A NOVA YORK
Como tantos outros brasileiros em Nova York, Aguilar Benicio trabalha como engraxate
para os bacanas de Wall Street.
Não numa engraxataria, que ele
não é mané. Os brasucas descolados, como Gil, arrumam emprego de engraxate particular
para os que Tom Wolfe chamava de "mestres do universo" em
seu "A Fogueira das Vaidades".
São os proprietários das corretoras de valores do distrito financeiro de Nova York e seus
funcionários, para os quais um
dos símbolos de status máximo, maior mesmo que as camisas monogramadas ou as abotoaduras, é ter um engraxate
ali, à disposição, ao estalar dos
dedos. Sendo bom, a chance de
o profissional em questão ser
brasileiro é grande.
Sendo ótimo, é provável que
você esteja falando de Gil.
"Gil" existe no livro "Confession$ of a Wall Street Shoeshine Boy" (confissões de um garoto engraxate de Wall Street,
Harper Collins), que o jornalista Doug Stumpf lança nesta semana nos EUA .
É a história de um engraxate
de Santo André (SP) que presencia sem querer um caso de
"inside trading", o uso de informação privilegiada para ganho
ilegal com ações, e acaba se envolvendo num enrosco com
perseguições, falcatruas, sexo,
Bahamas e ameaças de morte.
Tudo ficção, certo? Mais ou
menos. A Folha reuniu Stumpf
e sua "musa inspiradora" para
um almoço no Brazil Grill, em
Manhattan. "Gil" não é Gil, é o
carioca Murilo Junior, da Penha, e prefere ser chamado de
Flamenguista. E o caso existiu
mesmo. Certo? Mais ou menos.
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