|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
"Amor Imenso" cativa com exotismo religioso
Série que enfoca a poligamia em comunidade mórmon nos EUA volta ao ar hoje
Terceira temporada arruma amante para o protagonista e causa polêmica ao retratar cerimônia reservada; canal teve de pedir desculpas
THIAGO STIVALETTI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Se Tony Soprano não está
mais entre nós para lembrar
que vida de família mafiosa não
é diferente de qualquer outra,
Bill Henrickson, cidadão mórmon de Utah, ainda pode provar que é um sujeito comum,
apesar de polígamo.
Bill só tem mais dor de cabeça do que os homens normais
para conseguir conciliar três
mulheres e muitos filhos.
Em "Amor Imenso", que entra em sua terceira temporada
hoje na HBO brasileira (com
um atraso de seis meses em relação à americana), Bill (Bill
Paxton) ainda encontra tempo
para uma amante, Ana.
Como a religião não permite
ter sexo fora do casamento, a
única solução é fazer dela a
quarta esposa. Mas Bill não é o
mais empolgado com a ideia.
Enquanto ele tenta desistir, as
mulheres Barb e Marge vão lutar pelo quarto casamento, fiéis
à noção de que sempre cabe
mais uma.
Os criadores, Mark V. Olsen e
Will Scheffer, nem disfarçam
que sua série bebe na fonte de
"Família Soprano", o maior sucesso de público da HBO, com
uma estrutura de drama familiar apimentada por uma situação exótica ao espectador: a poligamia, hoje praticada apenas
pelos mórmons fundamentalistas -a maior parte abandonou a prática há cem anos.
Uma das boas propostas, de
mostrar as tradições e costumes dos seguidores dessa religião, foi amputada depois que
uma cena de cerimônia religiosa com Barb nesta terceira temporada recebeu uma chuva de
protestos dos líderes da igreja
nos EUA -pelos mandamentos
mórmons, esses cultos são reservados e não podem ser filmados ou representados. O canal teve de se desculpar publicamente e não informou se a
cena irá ao ar no Brasil.
Resiste então o encanto de
bons personagens defendendo
suas loucas ideias no caldeirão
americano. Bill tenta convencer um líder indígena a abrir
um cassino "politicamente correto" para os mórmons -nos
EUA, os cassinos são a maior
fonte de renda dos nativos desde que o governo aprovou a exploração dos jogos de azar em
suas reservas.
Alby, filho do grande líder da
comunidade Juniper Creek,
tem cada vez mais problemas
para esconder sua homossexualidade. E Marge ganha mais
espaço na pele da ótima Ginnifer Goodwin, que ajuda, até demais, a família a se multiplicar.
A série concorre ao Emmy
em drama em 20 de setembro.
AMOR IMENSO - ESTREIA DA 3ª
TEMPORADA
Quando: hoje, às 23h; segundas, à
0h15, e quintas, às 21h, na HBO
Classificação: não indicado a menores
de 18 anos
Texto Anterior: Análise: Paulínia consagra melodrama Próximo Texto: Laertevisão Índice
|