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DEBATE
John Searle discutiu na Folha os temas de seu último livro
Pensador americano refuta erros filosóficos sobre a consciência
da Redação
A consciência como um problema biológico. Foi esse o tema do
debate apresentado no auditório
da Folha no último dia 8. O evento, promovido pelo jornal e pela
editora Paz e Terra, foi protagonizado pelo filósofo John Searle,
professor de filosofia da Universidade de Berkeley, na Califórnia.
O debate teve participação de
Bento Prado, professor de filosofia
da Universidade de São Carlos, e
foi mediado por Mario Vitor Santos, repórter da Folha.
O evento marcou o lançamento
do livro "O Mistério da Consciência", de Searle, que apresenta a
consciência como resultado de um
processo neurobiológico.
No entender de Searle, a era
atual é uma época maravilhosa para viver, porque a consciência passou a ser discutida pela ciência,
ainda que, segundo ele, o tema seja muitas vezes comprometido por
séculos de erros filosóficos.
Entre os erros, Searle cita a concepção defendida por Descartes
no século 18, que identifica uma
distinção entre a realidade física
descrita pela ciência e a realidade
mental, considerada uma área insondável para o estudo científico.
"A consciência não é etérea ou
misteriosa. É, na verdade, tão trivial como a digestão", disse.
O filósofo criticou também a tese
defendida por alguns pensadores
atuais americanos, que afirmam
que o cérebro é como um computador e a consciência seria o equivalente a um programa. "Um
progama de computador pode dar
o resultado de uma adição, mas ele
nada entende de aritmética."
O debate teve apoio cultural do Instituto de
Pesquisas em Psicanálise de São Paulo e do Banco Francês e Brasileiro.
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