São Paulo, sábado, 18 de julho de 1998

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DEBATE
John Searle discutiu na Folha os temas de seu último livro
Pensador americano refuta erros filosóficos sobre a consciência

da Redação

A consciência como um problema biológico. Foi esse o tema do debate apresentado no auditório da Folha no último dia 8. O evento, promovido pelo jornal e pela editora Paz e Terra, foi protagonizado pelo filósofo John Searle, professor de filosofia da Universidade de Berkeley, na Califórnia.
O debate teve participação de Bento Prado, professor de filosofia da Universidade de São Carlos, e foi mediado por Mario Vitor Santos, repórter da Folha.
O evento marcou o lançamento do livro "O Mistério da Consciência", de Searle, que apresenta a consciência como resultado de um processo neurobiológico.
No entender de Searle, a era atual é uma época maravilhosa para viver, porque a consciência passou a ser discutida pela ciência, ainda que, segundo ele, o tema seja muitas vezes comprometido por séculos de erros filosóficos.
Entre os erros, Searle cita a concepção defendida por Descartes no século 18, que identifica uma distinção entre a realidade física descrita pela ciência e a realidade mental, considerada uma área insondável para o estudo científico.
"A consciência não é etérea ou misteriosa. É, na verdade, tão trivial como a digestão", disse.
O filósofo criticou também a tese defendida por alguns pensadores atuais americanos, que afirmam que o cérebro é como um computador e a consciência seria o equivalente a um programa. "Um progama de computador pode dar o resultado de uma adição, mas ele nada entende de aritmética."


O debate teve apoio cultural do Instituto de Pesquisas em Psicanálise de São Paulo e do Banco Francês e Brasileiro.



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