São Paulo, segunda, 18 de agosto de 1997.



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GRAMADO
Filme de Luiz Carlos Lacerda e Buza Ferraz levou cinco kikitos; "Os Matadores" ficou com quatro prêmios
'For All' vence a 25º edição do festival

JOSÉ GERALDO COUTO
enviado especial a Gramado

Como muitos já esperavam, e outros tantos temiam, o longa-metragem "For All - O Trampolim da Vitória", de Luiz Carlos Lacerda e Buza Ferraz, foi o grande vencedor do 25º Festival de Gramado. Ganhou cinco kikitos: filme, roteiro, música, direção de arte e prêmio do público.
Outro grande premiado, com quatro kikitos, foi "Os Matadores", longa de estréia de Beto Brant: melhor direção, fotografia, montagem e prêmio da crítica.
O longa-metragem mais ousado da competição, "Bocage - O Triunfo do Amor", de Djalma Limongi Batista, recebeu apenas o prêmio especial do júri.
Os outros filmes concorrentes entraram na tradicional marmelada festivalesca: sobrou prêmio para todo mundo, até de "ator revelação" para Caio Junqueira ("Buena Sorte"), cujo talento o Brasil inteiro já tinha visto em "O Que É Isso, Companheiro?".
Curtas

Se a premiação dos longas parece ter seguido a costumeira política de compadrio, nos curtas a repartição dos prêmios foi determinada pelo grande número de fortes concorrentes.
"Decisão", de Leila Hipólito, concentrou os kikitos de melhor filme do júri, da crítica e do público, deixando prêmios menores para seus mais fortes concorrentes: "O Pulso", "Nelson Sargento", "Recife de Dentro pra Fora", "Dedicatórias" e "Amar".
Assim como ocorreu nos longas, os curtas mais ousados -"À Meia-Noite com Glauber" e "Remanescências"- saíram de mãos abanando.
"Decisão", o grande vencedor, é uma comédia simpática sobre o romance entre um torcedor fanático do Flamengo (Murilo Benício) e uma aficionada do balé (Letícia Sabatella), num dia de espetáculo no Municipal e final de campeonato no Maracanã.
Entre os longas latinos, ganhou o filme mais simpático ao júri e ao público brasileiro, "O Testamento do Senhor Napumoceno", de Francisco Manso, produção luso-caboverdense cujo elenco é quase todo brasileiro.
O prêmio de direção a Mario Levin, de "Sotto Voce", só se explica pelo forte lobby argentino atuante no festival.
Com tudo isso, o único longa latino realmente de qualidade, o peruano "Bajo la Piel", ficou na saudade. O júri só premiou seu talentoso e simpático ator José Luís Ruiz, presente em Gramado.
O diretor de "Bajo la Piel", Francisco Lombardi, dirigente do clube Sporting Cristal, de Lima, preferiu acompanhar seu time na Libertadores da América. Perdeu no futebol (para o Cruzeiro) e no cinema, se é que o Festival de Gramado é mesmo de cinema.



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