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INTERCÂMBIO
País sedia em novembro o maior evento deste ano no exterior, que reunirá kung fu, acrobacia, dança e fotografia
Artes chinesas desembarcam no Brasil
CLÁUDIA TREVISAN
DE PEQUIM
A China escolheu o Brasil para
realizar sua mais importante
mostra cultural no exterior durante este ano, com um pacote
que inclui artes plásticas, dança
moderna, música, fotografia,
acrobacia e kung fu.
Os espetáculos serão realizados
em novembro, para marcar os 30
anos do estabelecimento de relações diplomáticas entre os dois
países, que se completaram no último dia 15 de agosto.
Batizado de "Sentimentos sobre
a China", o evento é visto pelo governo chinês como a mais importante apresentação de arte nacional já realizada na América do Sul.
As atividades serão concentradas em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Brasília e terão um custo de aproximadamente US$ 2
milhões, bancados pelo governo
da China.
O espetáculo que promete atrair
o maior público é a apresentação
de kung fu, arte marcial que ganhou as telas de cinema em filmes
como "O Tigre e o Dragão", de
Ang Lee, "Kill Bill", de Quentin
Tarantino, e "The House of Flying
Dagers", de Zhang Yimou, que
ainda não tem previsão de estréia
no Brasil.
Os protagonistas são monges
do templo budista Shaolin, que há
1.500 anos desenvolvem o uso da
arte marcial como um dos mecanismos de autocontrole exigido
pela religião oriental. Os monges
já se apresentaram na Europa e
nos Estados Unidos, mas nunca
estiveram na América do Sul.
Diálogo com o mundo
Desde 1999, a China realiza a cada ano uma grande exposição cultural fora de suas fronteiras, dentro do enorme esforço de relações
públicas empreendido pelo governo nos últimos anos.
O primeiro destino desse tipo
de mostra foi Paris, que sediou
uma semana de arte chinesa em
1999. Depois vieram Estados Unidos e outros países da Europa. No
ano passado, o país escolhido foi a
Rússia, com uma grande exposição em São Petersburgo.
"Esse evento será a mais importante atividade cultural entre Brasil e China realizada até hoje", disse a jornalistas brasileiros Hu
Weiping, diretor-geral do Ministério da Informação do Conselho
de Estado, organismo responsável pelo evento.
Hu esteve no Brasil no mês passado para discutir detalhes das exposições e dos espetáculos. Na
área de artes plásticas, serão apresentadas 200 peças do Museu de
Artesanato e Belas Artes da China
e fotografias dos 30 monumentos
chineses classificados como patrimônios da humanidade.
A programação musical prevê o
encontro de artistas chineses e
brasileiros, que tocarão peças do
repertório de ambos os países. O
Grupo de Dança Moderna de Beijing, criado em 1995, apresentará
o espetáculo "Música Antiga, Sagração à Primavera", dividido em
duas partes: na primeira, são utilizadas composições antigas do
Iraque, Egito, Índia, Grécia e China e, na segunda, a obra do russo
Igor Stravinsky (1882-1971).
Ao lado kung fu, o programa
mais popular deverá ser o dos
acrobatas chineses, que já se apresentaram três vezes no Brasil. Segundo o Ministério da Informação, o grupo esteve 500 vezes no
exterior e atraiu um público de
420 mil pessoas.
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