São Paulo, sábado, 18 de agosto de 2007

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Personagens ligam autor a Cronenberg

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Os personagens de Cronenberg nunca aceitam a vida como ela lhes é dada. De um modo ou de outro, necessitam de mais, também para eles a verdadeira vida está ausente.
Assim, não é de espantar o encontro de Cronenberg com os personagens do "Crash" de Ballard, fanáticos adeptos dessa força que se desprende dos desastres automobilísticos, em que gozo e destruição caminham juntos. A isso se acrescentem as cicatrizes e os parafusos que começam a levar no corpo: como em outros filmes, os personagens de "Crash" formam uma comunidade mutante, que busca redesenhar o corpo e a vida.
Comunidade secreta que caminha em desacordo com o resto da espécie, os "normais". A ela Cronenberg atribuiu um traço característico: eles quase sempre sussurram, estabelecendo com isso uma distância em relação ao mundo. "Crash" é, ainda, um filme estranhamente claro, banhado em muitos momentos por muita luz.


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