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TELEVISÃO
Crítica
"Pixote" impressiona pela inquietação que transmite
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Trinta anos (ou 31) fazem diferença a um filme. Em 1978,
rescaldo do cinema radical dos
anos 60/70, "Pixote, a Lei do
Mais Fraco" (Canal Brasil,
22h; 12 anos) me pareceu didático demais, quase acomodado.
Revisto hoje, o filme de Hector Babenco impressiona pela
inquietação que transmite. Algo lembra o período de ditadura, a que o filme faz menção,
quando aborda a violência no
trato de menores carentes.
O que mais impressiona é
que a intenção do filme passa
pela necessidade de compreender (e resolver) a questão social. Assim era há 30 anos. Digamos que hoje oscilamos entre o brucutu (se é suspeito,
pau nele) e a condescendência.
O esforço de compreender o
outro é valor em baixa.
Opções formidáveis: "Paranoid Park" (TC Cult, 20h25;
12 anos), de Van Sant, e "Os
Implacáveis" (TCM, 23h40;
12 anos), de Sam Peckinpah.
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