São Paulo, terça-feira, 18 de agosto de 2009

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Exposição usa recursos visuais para atrair crianças

DA SUCURSAL DO RIO

O público entrará na exposição "Joaquim Nabuco: Brasileiro, Cidadão do Mundo" passando por um canavial cenográfico, e verá mais à frente o próprio Nabuco, em tamanho natural, dizendo algumas de suas frases mais famosas, selecionadas pelo historiador Evaldo Cabral de Mello. Lançar mão de recursos visuais contemporâneos para contar a vida de um homem morto há cem anos é uma aposta para atrair crianças e adolescentes, alvo mais desejado pela curadora Helena Severo.
"No Rio, as [crianças] da zona sul já ouviram falar dele, mas só porque é nome de rua em Copacabana", diz ela. De olho nesse público, ela procurou ser didática. O primeiro módulo trata de "infância e formação", depois chega-se ao "abolicionista e pensador", fala-se do "diplomata e cidadão do mundo", e o percurso termina com a participação na Academia Brasileira de Letras e um conjunto de peças como manuscritos, edições originais de livros e um autógrafo que Machado de Assis lhe dedicou em "Memorial de Aires".
Marcello Dantas e sua equipe partiram de uma foto do rosto de Nabuco para criar uma animação em que ele parece estar falando ao público no teatro Santa Isabel, em Recife. A voz é do ator Othon Bastos. Na última sala, há outro trabalho de Dantas: um painel em que frases do intelectual se movem. A cenografia é do arquiteto Chicô Gouvêa, que ampliou fotos de época de cidades em que o intelectual viveu, entre as quais Recife, São Paulo, Londres e Nova York.
Um retrato dele pintado quando tinha oito anos, um busto feito pelo escultor Rodolfo Bernardelli, uma escrivaninha em que trabalhou e a estatueta de madona que o acompanhou nos últimos anos de vida, após a reconversão ao catolicismo, estão na exposição. A família de Nabuco foi a principal cedente de material. Numa vitrine também se verá o documento original da Lei Áurea. Os apelos visuais não significam, para Helena Severo, que a mostra não inspire reflexões.
Para cada setor há um texto específico. Os autores são Humberto França, da Fundação Joaquim Nabuco, o cientista político Francisco Weffort, o diplomata Rubens Ricupero e o escritor Eduardo Portella, da ABL. (LFV)


JOAQUIM NABUCO: BRASILEIRO, CIDADÃO DO MUNDO

Quando: ter. a sex., das 10h às 17h30; sáb. e dom., das 14h às 18h; até 4/10
Onde: Museu Histórico Nacional (pça. Marechal Âncora, s/nº; 0/xx/21/2550-9220)
Quanto: R$ 6 (ter. a sáb.); entrada franca (dom.)
Classificação: livre




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