|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
MTV
Dinho, da banda Capital Inicial, acha que a abertura a gêneros "levou a emissora ao povo'; e com ela foi o rock
Roqueiro defende mudanças do VMB
da Redação
Falta um dia para o quinto Video Music Brasil da primeira década de MTV no país. E as mudanças pelas quais a emissora
passou no começo deste ano se
refletem na premiação, que acontece amanhã, a partir das 22h.
Foram criadas duas categorias,
de gêneros tipicamente brasileiros, o axé e o pagode, que passaram a ocupar mais espaço na
MTV, em detrimento do rock, da
música alternativa, do rap e outros gêneros que não se mostraram muito populares no Brasil. E,
entre roqueiros, está melhor assim.
Apesar de estar concorrendo
em cinco categorias, entre elas na
de rock, com o clipe de "O Mundo", o vocalista do Capital Inicial,
Dinho Ouro Preto, acha que "essa
segmentação é boa como valor
inerente". É a primeira vez que a
banda concorre ao clipe de ouro
do VMB.
"A MTV é um veículo importante, incomparável, mas há programas na TV aberta para um público similar", disse Dinho.
"Parece-me melhor para todos
que haja mais segmentação. Caso
contrário a MTV, que sempre me
apoiou, corria o risco de fechar, e
isso seria pior."
Com essa abertura a gêneros
brasileiros, Dinho acredita que,
mesmo com uma possível diminuição de espaço na MTV, o rock
será visto por mais gente.
"Se a audiência era de meio
ponto antes dessa mudança e o
rock tinha mais espaço, agora há
mais gente assistindo à MTV, que
não aboliu o rock e está "no azul'",
afirmou Dinho.
"Esse é o Brasil real. Se o povo
não ia à MTV, a MTV foi ao povo.
Antes, ficou claro que a emissora
tinha dado um passo maior do
que a perna, porque o mercado
brasileiro não estava preparado
para aquele tipo de programação
que era exibida", disse.
Uma programação, segundo
Dinho, muito direcionada ao público paulistano, e que não reflete
o resto do Brasil.
"A realidade cosmopolita de
São Paulo não é referência para o
país, nenhuma metrópole é; talvez Brasília seja a cidade que mais
se aproxime disso. Mas essa discussão é muito boa, porque sempre prevalecem as opiniões de
Caetano (Veloso) e (Gilberto) Gil
sobre o que é Brasil. O Brasil não
tem definição."
Mesmo com as cinco indicações, Dinho não espera levar nenhum prêmio, e considera o Capital Inicial "um azarão" no VMB
deste ano-"só o fato de a banda
ter sido indicada já é legal".
"As categorias são decididas por
um colegiado.
E há um certo lobby. Os jurados
tendem a... Eu não sei... É meio
quem está na moda, como escolher os diretores de arte mais badalados", afirmou.
Texto Anterior: Da Rua - Fernando Bonassi: Trabalho honrado Próximo Texto: Júri "velho" não exprime gosto da audiência Índice
|