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EVENTO FOLHA
Evento marcou lançamento da edição 42 da "Revista USP"
Pós-modernidade precisa ser decifrada, conclui debate
da Reportagem Local
Vivemos na pós-modernidade e não sabemos ainda o que isso significa -esse foi o único e
paradoxal consenso entre os
participantes do debate "Pós-modernidade e Multiculturalismo", que marcou o lançamento
da edição 42 da "Revista USP".
Realizado no auditório da Folha, na segunda-feira, o evento
reuniu os professores Antonio
Junqueira de Azevedo, da Faculdade de Direito da Universidade
de São Paulo, Laymert Garcia
dos Santos, do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da
Unicamp, Teixeira Coelho, diretor do Museu de Arte Contemporânea da USP, e Gisela Taschner, da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo. O mediador
foi o jornalista Fernando de Barros e Silva, da Folha.
O centro do debate foi: o que é
a pós-modernidade e quais os
seus ecos nas áreas de atuação
dos quatro debatedores.
Gisela Taschner, socióloga,
começou apresentando um leque de definições do conceito.
Abordou tanto as idéias do filósofo francês Jean-François Lyotard, considerado o primeiro
teórico da "condição pós-moderna" (que detectou que "o status do conhecimento é alterado
na medida em que as sociedades
entram no que é conhecida como era pós-industrial"), quanto
as do filósofo alemão Jürgen
Habermas, um dos mais árduos
contestadores da vigência da
pós-modernidade.
O modo como o pós-modernismo se infiltra nas discussões
do direito foi o tema de Junqueira Azevedo. Ele salientou o processo de particularização das
leis, antes indiscutivelmente
universais, e o modo como conflitos sociais deixam de ser solucionados apenas pelo Judiciário.
Para Laymert Garcia, a discussão sobre pós-modernidade enfrentaria problemas a começar
pela falta de conceitos para
abordá-la. "O referencial conceitual não se aplica à nova realidade."
A exposição de Teixeira Coelho rondou em torno da ressonância do pós-modernismo na
arquitetura e nas artes. Para ele,
a crítica ao modernismo teria
promovido nesses dois campos
um retorno a padrões estéticos
figurativos em contraposição ao
abstracionismo característico
do moderno. Outra particularidade do criador pós-moderno
seria a de não ser tão obcecado
por exibir uma voz própria. "Ele
busca soluções artísticas locais e
imediatas, que podem ser diferentes a cada momento", concluiu Coelho.
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