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Época do autor
valorizava dueto
tenor-soprano
DA REPORTAGEM LOCAL
Donizetti é talvez o mais
prolixo dos compositores
italianos dos primeiros anos
do romantismo. Deixou 71
óperas ao morrer, aos 50
anos. Menos de dez (como
"Anna Bolena" ou "Don
Pasquale") ainda são, com
frequência, encenadas.
Nos tempos de Donizetti, o
público (na Itália e na França, onde o compositor se fixou) dava mais atenção à beleza harmônica de árias ou
duetos, consagrando como
padrão dramático o relacionamento amoroso, conturbado ou impossível, de uma
soprano com um tenor.
"Lucia" -que não é montada há 11 anos em São Paulo- é, nesse ponto, exemplar. Estreada em Nápoles
em 1835, seu libretista Salvatore Cammarano cria, com
base em Walter Scott, situações de altíssima beleza cênica, como o sexteto vocal do
final do segundo ato.
Nele, Edgardo entra em cena quando Lucia assina seu
contrato de casamento com
Arturo. No ato seguinte,
enlouquecida, ela se entrega
a uma ária por muitos considerada como a mais bela escrita por Donizetti.
(JBN)
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