Nem o calhambeque-bibi de Roberto Carlos mexeu com tantos corações quanto o "Fuscão Preto" de Almir Rogério. A música, de 1981, vendeu mais de 1 milhão de discos naquele ano e marcou a carreira do cantor paulista, que chegou a circular em um carro igual ao da canção.
Rogério, 50, se prepara para lançar uma nova versão do clássico e falou à coluna. Que fim levou o Fuscão? Circula hoje em Juquitiba, interior de São Paulo, dirigido pelo sitiante Raimundo Coutinho, que o comprou por R$ 3.000 e foi encontrado pela revista "V", que sai nesta semana.
 

Folha - Não incomoda ter ficado marcado como "o cara do Fuscão preto"?
Almir Rogério - Foi um benefício. A música pagou tudo o que eu poderia ter feito depois.

Folha - Que carro dirige hoje?
Rogério - Um Kadett. Vermelho.

Folha - Merece música?
Rogério - Não. Para ser sucesso o carro tem que ser popular.

Folha - E a versão nova de "Fuscão Preto"?
Rogério - Virou um arrasta-pé, para cima, com violino country no meio da sanfona.

Folha - Depois do sucesso do Fuscão, você andou meio sumido, não?
Rogério - Gravei normalmente durante um tempo. Fiz até "O Motoqueiro", em que a mesma mulher que tinha abandonado o dono do Fuscão preto deixa também um motociclista. Depois teve outra ainda em que a mulher vai embora com um aviador.

Folha - Por que a especialização no dueto "mulher traidora + meio de transporte"?
Rogério - A nova se chama "Pau Véio". O sujeito tem um carro velho, e a mulher, um importado. Ela vai estacionar, encosta nele e gosta.

Folha - O "Fuscão Preto" o sustenta até hoje?
Rogério - Ganho dinheiro de direitos autorais e também faço shows.

Folha - Quanto é seu cachê?
Rogério - Não tenho um cachê fixo. Às vezes ganho por bilheteria ou fecho um pacote. Agora mesmo vou fazer nove shows no Piauí.

Folha - E quando você volta a gravar?
Rogério - Já tenho um CD pronto e estou negociando com as gravadoras. Em 30 dias chego às lojas.

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