São Paulo, terça-feira, 18 de setembro de 2007

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Australiano cativa leitores na Bienal

Zusak, de "A Menina que Roubava Livros", e Carroll, de "Cartas do Front", se destacaram em encontros

SYLVIA COLOMBO
ENVIADA ESPECIAL AO RIO

LUIZ FERNANDO VIANNA
DA SUCURSAL DO RIO

Deus existe, e Fidel Castro é inocente. Esse é o balanço dos primeiros quatro dias da 13ª Bienal do Livro do Rio, que acontece até o próximo dia 23, no Riocentro. Pelo menos, foi isso que o público decidiu quando chamado a votar no espaço Esquina do Leitor.
No painel "Será que Deus Existe", com o escritor Rubem Alves e o poeta Ferreira Gullar, 81,6% dos votantes cravaram o "sim". Já em "A História Absolverá Fidel Castro?", o ditador cubano saiu-se com 90% de aprovação, após debate entre o sociólogo Emir Sader e o jornalista José Maria Mayrink.
O evento reuniu 152.563 pessoas (praticamente o mesmo público dos primeiros dias na edição passada), número suficiente para que os pavilhões ficassem cheios e difíceis de atravessar. As mesas de discussão, porém, em sua maioria aconteceram com muitos lugares sobrando na platéia.

Best-sellers
Um dos campeões de audiência foi o australiano Markus Zusak, autor de "A Menina que Roubava Livros" (ed. Intrínseca). Simpático e sorridente, o escritor conquistou o público ao contar histórias de infância e de seus embates com o irmão mais velho.
Na mesa que discutiu literatura e guerra, o aguardado soldado norte-americano Jay Kopelman (autor de "De Bagdá, com Muito Amor", ed. Best Seller) não entusiasmou e foi ofuscado pelo compatriota Andrew Carroll. O autor de "Cartas do Front" (ed. Jorge Zahar) emocionou os presentes ao ler trechos de correspondência de combatentes.
Sem a presença anunciada de Fernando Morais, a mesa "Já Raiou a Liberdade?" funcionou como mais uma oportunidade para Paulo Cesar de Araújo criticar Roberto Carlos e a Justiça.
Seu livro "Roberto Carlos em Detalhes" está com a circulação proibida desde fevereiro. "O quadro é sinistro. Se valer para os outros o que está valendo para Roberto Carlos, não vai ser contada a história do Brasil.
Fernandinho Beira-Mar também pode alegar invasão de privacidade e não deixar que se conte a história do crime organizado no país", disse Araújo. Já Marcelo Mirisola e Marcelino Freire debateram a pertinência de os escritores viajarem para promover livros.
Freire disse que busca seus leitores onde for, "até em velórios", ao que Mirisola contestou dizendo que os autores hoje só querem saber de "viagem, festa e oba-oba".
Mesmo pensando assim, Mirisola não deixou de comparecer na festa oficial da Bienal, na mesma noite, no hotel Copacabana Palace.


A jornalista SYLVIA COLOMBO viajou a convite da organização do festival

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