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Australiano cativa leitores na Bienal
Zusak, de "A Menina que Roubava Livros", e Carroll, de "Cartas do Front", se destacaram em encontros
SYLVIA COLOMBO
ENVIADA ESPECIAL AO RIO
LUIZ FERNANDO VIANNA
DA SUCURSAL DO RIO
Deus existe, e Fidel Castro é
inocente. Esse é o balanço dos
primeiros quatro dias da 13ª
Bienal do Livro do Rio, que
acontece até o próximo dia 23,
no Riocentro. Pelo menos, foi
isso que o público decidiu
quando chamado a votar no espaço Esquina do Leitor.
No painel "Será que Deus
Existe", com o escritor Rubem
Alves e o poeta Ferreira Gullar,
81,6% dos votantes cravaram o
"sim". Já em "A História Absolverá Fidel Castro?", o ditador
cubano saiu-se com 90% de
aprovação, após debate entre o
sociólogo Emir Sader e o jornalista José Maria Mayrink.
O evento reuniu 152.563 pessoas (praticamente o mesmo
público dos primeiros dias na
edição passada), número suficiente para que os pavilhões ficassem cheios e difíceis de atravessar. As mesas de discussão,
porém, em sua maioria aconteceram com muitos lugares sobrando na platéia.
Best-sellers
Um dos campeões de audiência foi o australiano Markus
Zusak, autor de "A Menina que
Roubava Livros" (ed. Intrínseca). Simpático e sorridente, o
escritor conquistou o público
ao contar histórias de infância e
de seus embates com o irmão
mais velho.
Na mesa que discutiu literatura e guerra, o aguardado soldado norte-americano Jay Kopelman (autor de "De Bagdá,
com Muito Amor", ed. Best Seller) não entusiasmou e foi
ofuscado pelo compatriota Andrew Carroll. O autor de "Cartas do Front" (ed. Jorge Zahar)
emocionou os presentes ao ler
trechos de correspondência de
combatentes.
Sem a presença anunciada de
Fernando Morais, a mesa "Já
Raiou a Liberdade?" funcionou
como mais uma oportunidade
para Paulo Cesar de Araújo criticar Roberto Carlos e a Justiça.
Seu livro "Roberto Carlos em
Detalhes" está com a circulação
proibida desde fevereiro. "O
quadro é sinistro. Se valer para
os outros o que está valendo para Roberto Carlos, não vai ser
contada a história do Brasil.
Fernandinho Beira-Mar também pode alegar invasão de privacidade e não deixar que se
conte a história do crime organizado no país", disse Araújo.
Já Marcelo Mirisola e Marcelino Freire debateram a pertinência de os escritores viajarem para promover livros.
Freire disse que busca seus
leitores onde for, "até em velórios", ao que Mirisola contestou dizendo que os autores hoje
só querem saber de "viagem,
festa e oba-oba".
Mesmo pensando assim, Mirisola não deixou de comparecer na festa oficial da Bienal, na
mesma noite, no hotel Copacabana Palace.
A jornalista SYLVIA COLOMBO viajou a convite
da organização do festival
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