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HD provoca mistureba de canais
Emissoras fundem grades para poder oferecer 24 horas diárias de programação em alta definição
Copa do Mundo, que acontece no ano que vem, estimula TVs a modernizar equipamentos para se adequar ao formato
LÚCIA VALENTIM RODRIGUES
DA REPORTAGEM LOCAL
A TV venceu a internet. Pelo
menos em um campo específico: a alta definição. Como a web
ainda não tem capacidade de
exibir vídeos em alta qualidade
de som e áudio, o HD é visto como a salvação das emissoras.
Mas muitos canais são uma
mistura de grades para alcançar 24 horas diárias, já que a
oferta de conteúdo engatinha e
não foram definidos os padrões
dos equipamentos, o que acarreta um alto custo operacional.
A Rede TV! é a única emissora da TV aberta com todo o conteúdo em HD. O presidente
Amilcare Dallevo se diz "surpreso" com a demora da concorrência. "A vantagem da TV
digital é a alta definição, mas é
um elefante branco caso não se
modernize o parque técnico."
Pedro Garcia, diretor do Globosat HD, diz que tinha muita
dificuldade no início para arrumar programação. "Desde
2006 tentamos oferecer alta
definição. A partir do Pan-Americano, cresceu a oferta",
diz ele, que une canais como
Multishow, Telecine, Sportv e
GNT para fechar a grade.
O Telecine começou com
uma faixa em alta definição e
virou um canal independente.
Em outubro, será lançado o
Multishow HD só para transmitir espetáculos ao vivo.
Agricio Neto, vice-presidente de programação da Sky, diz
que a preparação para lançar os
pacotes em HD levou um ano e
meio. Em abril, ofereciam dez
canais. Hoje são 18. "Temos um
longo percurso pela frente. Mas
o mercado espera vender 4 milhões de TVs até o fim do ano.
Será o Natal da televisão."
A Fox lançou um combinado
de National Geographic e Fox.
"Estamos gravando produções
em HD. Mas, embora seja um
jeito de fidelizar o público, ainda é caro", diz Gustavo Leme,
vice-presidente do canal.
Salto nos esportes
O ESPN HD é o único canal
24 horas de esportes no formato, com programação feita a
partir de uma emissora australiana da rede. "Neste primeiro
momento, é bom fazer parte de
um complexo. A engrenagem já
funciona lá fora, só precisamos
adaptar a grade e colocar narração em português", conta José
Trajano, diretor de jornalismo.
Neste mês, estão programadas coberturas de esportes radicais, mas a cereja do bolo será
a Copa do Mundo, em 2010. "A
Copa é uma guerra. É a hora de
investir em programação própria para ter um diferencial."
O barateamento dos televisores de tela grande também contribui para difundir o consumo
de alta definição. O Fórum da
TV Digital, criado para acompanhar a mudança do sinal analógico das emissoras, estima
que 1,6 milhão de receptores do
sinal digital foram vendidos.
Muita gente aderiu à TV paga
para melhorar a recepção do sinal em casa. Para Leila Loria,
diretora-geral da TVA, é esse
perfil que merece investimento. "O modelo de TV paga envelheceu. É preciso dar conteúdo
quando o assinante quer, onde
estiver e com interatividade."
Até quem não é associado a
esportes aposta na Copa. "Vai
estimular as vendas em massa",
diz José Chaves, diretor de engenharia da TV Cultura. A Fundação Padre Anchieta investiu
US$ 20 milhões para atualizar
os equipamentos. "O custo das
máquinas não é tão alto, mas é
preciso atualizar os softwares."
A Bandeirantes calcula em
85% sua grade em HD. A Globo
capta programação nesse formato, mas não toda. A Record
exibe apenas alguns filmes no
formato. A Gazeta espera renovar o parque técnico em 2010.
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