São Paulo, sexta-feira, 18 de setembro de 2009

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HD provoca mistureba de canais

Emissoras fundem grades para poder oferecer 24 horas diárias de programação em alta definição

Copa do Mundo, que acontece no ano que vem, estimula TVs a modernizar equipamentos para se adequar ao formato

LÚCIA VALENTIM RODRIGUES
DA REPORTAGEM LOCAL

A TV venceu a internet. Pelo menos em um campo específico: a alta definição. Como a web ainda não tem capacidade de exibir vídeos em alta qualidade de som e áudio, o HD é visto como a salvação das emissoras.
Mas muitos canais são uma mistura de grades para alcançar 24 horas diárias, já que a oferta de conteúdo engatinha e não foram definidos os padrões dos equipamentos, o que acarreta um alto custo operacional.
A Rede TV! é a única emissora da TV aberta com todo o conteúdo em HD. O presidente Amilcare Dallevo se diz "surpreso" com a demora da concorrência. "A vantagem da TV digital é a alta definição, mas é um elefante branco caso não se modernize o parque técnico."
Pedro Garcia, diretor do Globosat HD, diz que tinha muita dificuldade no início para arrumar programação. "Desde 2006 tentamos oferecer alta definição. A partir do Pan-Americano, cresceu a oferta", diz ele, que une canais como Multishow, Telecine, Sportv e GNT para fechar a grade.
O Telecine começou com uma faixa em alta definição e virou um canal independente. Em outubro, será lançado o Multishow HD só para transmitir espetáculos ao vivo.
Agricio Neto, vice-presidente de programação da Sky, diz que a preparação para lançar os pacotes em HD levou um ano e meio. Em abril, ofereciam dez canais. Hoje são 18. "Temos um longo percurso pela frente. Mas o mercado espera vender 4 milhões de TVs até o fim do ano. Será o Natal da televisão."
A Fox lançou um combinado de National Geographic e Fox. "Estamos gravando produções em HD. Mas, embora seja um jeito de fidelizar o público, ainda é caro", diz Gustavo Leme, vice-presidente do canal.

Salto nos esportes
O ESPN HD é o único canal 24 horas de esportes no formato, com programação feita a partir de uma emissora australiana da rede. "Neste primeiro momento, é bom fazer parte de um complexo. A engrenagem já funciona lá fora, só precisamos adaptar a grade e colocar narração em português", conta José Trajano, diretor de jornalismo.
Neste mês, estão programadas coberturas de esportes radicais, mas a cereja do bolo será a Copa do Mundo, em 2010. "A Copa é uma guerra. É a hora de investir em programação própria para ter um diferencial."
O barateamento dos televisores de tela grande também contribui para difundir o consumo de alta definição. O Fórum da TV Digital, criado para acompanhar a mudança do sinal analógico das emissoras, estima que 1,6 milhão de receptores do sinal digital foram vendidos.
Muita gente aderiu à TV paga para melhorar a recepção do sinal em casa. Para Leila Loria, diretora-geral da TVA, é esse perfil que merece investimento. "O modelo de TV paga envelheceu. É preciso dar conteúdo quando o assinante quer, onde estiver e com interatividade."
Até quem não é associado a esportes aposta na Copa. "Vai estimular as vendas em massa", diz José Chaves, diretor de engenharia da TV Cultura. A Fundação Padre Anchieta investiu US$ 20 milhões para atualizar os equipamentos. "O custo das máquinas não é tão alto, mas é preciso atualizar os softwares."
A Bandeirantes calcula em 85% sua grade em HD. A Globo capta programação nesse formato, mas não toda. A Record exibe apenas alguns filmes no formato. A Gazeta espera renovar o parque técnico em 2010.


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