São Paulo, sexta-feira, 18 de outubro de 2002

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CRÍTICA

Filme aposta em sustos fáceis

PEDRO BUTCHER
CRÍTICO DA FOLHA

"A Identidade Bourne" é mais um filme sobre perda de memória capaz de despertar lembranças nítidas de outros filmes semelhantes. O desmemoriado, desta vez, é Jason Bourne (Matt Damon), protagonista de um roteiro que se parece bastante com o de "Despertar de um Pesadelo" (1996), com Geena Davis. A atriz vivia uma pacata dona-de-casa que, ao cortar legumes para a sopa, descobria habilidades excepcionais com a faca. Na verdade, havia sido uma agente secreta.
Mas aquele era um trash genuíno, enquanto "A Identidade Bourne" se leva a sério demais.
O personagem de Damon é encontrado boiando em alto mar e tenta descobrir sua identidade ajudado por uma jovem (Franka Potente, de "Corra, Lola, Corra").
São várias as incongruências do filme, da trama que não se explica direito até o fato de Potente ter uma presença mais marcante que a de Damon. A personagem dela, aliás, é muito mais interessante: uma européia errante, perdida, sem as implicações da "perda de memória" tão sóbrias do roteiro.
Difícil não pensar também o que seria de "A Identidade Bourne" se ele não tivesse caído nas mãos de Doug Liman, conhecido por "Swingers" (1995) e "Vamos Nessa" (1999). Algumas sequências de ação conseguem mobilizar o espectador muito mais pelos sustos fáceis do que por uma manipulação realmente interessante dos recursos cinematográficos.

A Identidade Bourne
The Bourne Identity


 
Direção: Doug Liman
Com: Matt Damon, Franka Potente
Quando: a partir de hoje nos cines Anália Franco, Butantã e circuito



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