São Paulo, segunda-feira, 18 de outubro de 2010

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Festival adere à onda das ONGs e do discurso politicamente correto

Roberto Kaz
DE SÃO PAULO

Na madrugada de sábado para domingo, durante sua apresentação no Natura Nós, o cantor Jamiroquai fez um apelo. Exaltando as belezas do Brasil, pediu, em inglês, que todos lutassem contra a derrubada das árvores.
Horas antes, a banda Móveis Coloniais de Acaju tocou a música "Mergulha e Voa", que homenageia as tartarugas marinhas preservadas pelo Projeto Tamar. A canção faz parte de um disco gravado pela ONG em 2010, para celebrar três décadas de trabalhos pelos quelônios.
O Projeto Tamar esteve presente ao evento, com um estande e cinco réplicas de tartarugas. Próximo à entrada, havia outras três ONGs, munidas de seus manifestos.
A Pracatum pedia "qualidade de vida para comunidades de baixo poder aquisitivo". A Feira Preta Cultural se dizia um "espelho do poder empreendedor dos negros de todas as cores". A S.O.S. Mata Atlântica, que vendia a camisa "Xixi no banho, eu faço", pregava que "a responsabilidade da preservação é de toda a sociedade".
Guy Marcovaldi, 56, coordenador nacional do Projeto Tamar, disse que a Natura vira no convite às ONGs "uma chance de misturar preservação e música." Como prova de que é possível, citou que o primeiro disco de Jamiroquai, "Emergency on Planet Earth" (1993), teve o lucro voltado a causas ambientais.
Em 1992, Axl Rose, vocalista do Guns and Roses, entrou para o panteão do rock ao lançar uma cadeira contra jornalistas que o aguardavam sob a janela de seu quarto, no hotel Maksoud Plaza, em São Paulo.
A tática está ultrapassada. Em tempos de SWU, Natura Nós e outros festivais politicamente corretos, melhor seria um balde de gordura trans (também serve glúten).


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