|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
Festival adere à onda das ONGs e do discurso politicamente correto
Roberto Kaz
DE SÃO PAULO
Na madrugada de sábado
para domingo, durante sua
apresentação no Natura Nós,
o cantor Jamiroquai fez um
apelo. Exaltando as belezas
do Brasil, pediu, em inglês,
que todos lutassem contra a
derrubada das árvores.
Horas antes, a banda Móveis Coloniais de Acaju tocou
a música "Mergulha e Voa",
que homenageia as tartarugas marinhas preservadas
pelo Projeto Tamar. A canção
faz parte de um disco gravado pela ONG em 2010, para
celebrar três décadas de trabalhos pelos quelônios.
O Projeto Tamar esteve
presente ao evento, com um
estande e cinco réplicas de
tartarugas. Próximo à entrada, havia outras três ONGs,
munidas de seus manifestos.
A Pracatum pedia "qualidade de vida para comunidades de baixo poder aquisitivo". A Feira Preta Cultural se
dizia um "espelho do poder
empreendedor dos negros de
todas as cores". A S.O.S. Mata Atlântica, que vendia a camisa "Xixi no banho, eu faço", pregava que "a responsabilidade da preservação é
de toda a sociedade".
Guy Marcovaldi, 56, coordenador nacional do Projeto
Tamar, disse que a Natura vira no convite às ONGs "uma
chance de misturar preservação e música." Como prova
de que é possível, citou que o
primeiro disco de Jamiroquai, "Emergency on Planet
Earth" (1993), teve o lucro
voltado a causas ambientais.
Em 1992, Axl Rose, vocalista do Guns and Roses, entrou
para o panteão do rock ao
lançar uma cadeira contra
jornalistas que o aguardavam sob a janela de seu quarto, no hotel Maksoud Plaza,
em São Paulo.
A tática está ultrapassada.
Em tempos de SWU, Natura
Nós e outros festivais politicamente corretos, melhor seria um balde de gordura
trans (também serve glúten).
Texto Anterior: Jamiroquai domina primeira noite com sucessos noventistas Próximo Texto: Foco: Jovens acampam no Pacaembu por ingressos de McCartney Índice | Comunicar Erros
|