|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ARTES PLÁSTICAS
Alfons Hug, que assume em janeiro, chega hoje ao Brasil e estuda com Bratke nomes dos subcuradores
Curador da Bienal vem acertar sua equipe
FABIO CYPRIANO
DA REPORTAGEM LOCAL
O novo curador da 25ª Bienal de
São Paulo chega hoje ao Brasil.
Depois de meses de crise, Alfons
Hug vem em busca da paz no Ibirapuera, apesar de assumir o cargo formalmente só em janeiro.
Desconhecido no meio artístico
paulista, o alemão Hug tem como
primeira tarefa acertar o time de
assistentes, já que os preferidos de
Carlos Bratke, presidente da Fundação Bienal, ainda não aceitaram o cargo de subcuradores.
Um deles, Agnaldo Farias, já desistiu. As outras duas indicadas,
Daniela Bousso e Maria Alice Milliet, segundo a Folha apurou, não
parecem dispostas a aceitar. Bratke diz que tem outros nomes estrangeiros para indicar e espera a
chegada de Hug para divulgá-los.
Hug assume a curadoria da bienal paulista por indicação de Nelson Aguilar, ex-curador e atual
braço direito artístico de Edemar
Cid Ferreira, da Associação Brasil
+ 500. Graças ao projeto "Iconografias Metropolitanas", escrito
por Hug e entregue a Bratke por
Aguilar, o alemão conquistou o
posto.
No projeto, Hug vincula a história da arte no século 20 às grandes
metrópoles e, por isso, irá organizar a 25ª Bienal em torno de 11 cidades: São Paulo, Nova York, Caracas, Johannesburgo, Londres,
Berlim, Moscou, Istambul, Pequim, Tóquio e Sydney.
Hug deu a seguinte entrevista à
Folha, por e-mail, de Moscou, onde dirige o Instituto Goethe:
Folha - A Bienal passou por uma
grande crise este ano, o sr. acha
que enfrentará problemas no exterior por causa disso?
Alfons Hug - Quase todas as bienais passam por momentos difíceis de vez em quando. Foi o caso
de Veneza, Havana e, ultimamente, de Johannesburgo. A Bienal de
São Paulo tem grande prestígio
no exterior. Independente disso,
precisa de mais publicidade na
Europa, o que pretendemos fazer.
Folha - Uma das críticas à Bienal
de SP são as chamadas salas especiais, que apresentam artistas consagrados para atrair público, mas
tornam-se muito caras. O sr. pretende manter esses espaços ou dará ênfase à arte contemporânea?
Hug - Acho que podemos diminuir o número das salas especiais,
tentando incorporá-las para que
caibam no projeto. Mas é um assunto que tem que ser resolvido
com Bratke e a diretoria.
Folha - Com que frequência o sr.
vem ao Brasil?
Hug - Trabalhei em Brasília de
90 a 94, como diretor do Instituto
Goethe. Visitei todas as bienais
nos últimos dez anos.
Folha - Que artistas brasileiros o
sr. mais admira?
Hug - Tunga, Cildo Meireles, Ernesto Neto, Beatriz Milhazes, Fernanda Gomes, Miguel Rio Branco, Rosângela Rennó, Rochelle
Costi, Leonilson, Adriana Varejão, Daniel Senise, Valeska Soares
e outros. Considero o Brasil um
dos países mais ricos em artes
plásticas no momento.
Folha - Quais desses o sr. acha
que se encaixam em seu projeto?
Hug - Não posso dizer ainda.
Folha - Quais pretende convidar?
Hug - Seria prematuro dizer.
Folha - Como será seu trabalho
com os curadores assistentes? Agnaldo Farias desistiu. O sr. pretende convidar outros?
Hug - Vamos ter de estudar isso
com calma.
Folha - O sr. quer criar vínculo especial com artistas de seu país?
Hug - No contexto do projeto,
Berlim e seus artistas têm seu lugar. Não sou nacionalista, mas a
qualidade da arte alemã existe
tanto em nível de artistas consagrados como emergentes.
Texto Anterior: Da Rua - Fernando Bonassi: Mitologia Próximo Texto: "Desconhecido" é visto com reservas Índice
|