Semana que vem, livro-CD aborda pianista que injetou sons latinos no jazz

Norte-americano foi um dos principais expoentes da corrente jazzística que, no final da década de 50, ficou conhecida como hard bop

DA REPORTAGEM LOCAL

Ele fundiu o jazz com sonoridades latinas e africanas, fazendo uma música colorida e com ênfase na base rítmica. O pianista Horace Silver, 79, é o tema do volume 10 da Coleção Folha Clássicos do Jazz, que chega às bancas na semana que vem.
O sobrenome de batismo de Silver, na verdade, é Silva. Ele nasceu no Estado norte-americano de Connecticut, filho de um pai do Cabo Verde e de uma mãe norte-americana, de sangue irlandês.
Seu primeiro instrumento foi o saxofone, na linha de Lester Young; logo migrou para o piano, onde teve Bud Powell como primeiro ídolo e inspiração. Foi o saxofonista Stan Getz quem descobriu o talento do pianista emergente e o convenceu a gravar.
Silver acabou se convertendo em um dos principais expoentes da corrente jazzística que, no final da década de 50, ficou conhecida como hard bop.
De maneira simplificada, seria possível dizer que o hard bop é uma vertente mais africana e "quente" do jazz. Feita por músicos negros, na costa leste dos Estados Unidos, representaria uma reação ao cool jazz, corrente mais "suave" e europeizante, seguida por músicos brancos na margem oeste do país.
Dono de um toque duro e percussivo, Silver trouxe para a sua música elementos de outros estilos populares norte-americanos, como o blues, o rhythm'n'blues, o funk e o gospel. Não apenas seu jeito de abordar o teclado influenciou outros pianistas -entre eles Bobby Timmons, Les McCann e Ramsey Lewis- como a formação de seu quinteto (trompete, sax tenor, piano, contrabaixo e bateria) ofereceu um modelo que seria seguido por grupos de jazz nas décadas de 50 e 60.
Com trocas rápidas de tempo, imaginação melódica e um ritmo contagiante, suas composições, como "The Preacher", seguem a inspirar os astros do jazz de hoje.


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